Na Câmara, 60% dizem votar pelo impeachment de Dilma Rousseff

By | 09/04/2016 8:20 pm

 

(Na Folha neste sábado)

A maior parte dos deputados federais está decidida a votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara –a votação está prevista para o domingo, dia 17 de abril.

Em levantamento feito pelo Datafolha de 21 de março a 7 de abril entre os parlamentares, 60% deles dizem que darão votos favoráveis ao impedimento da petista.

O número, porém, não é suficiente para que se aprove o processo: caso a percentagem seja projetada para o total de 513 votantes (contando o presidente da Casa, Eduardo Cunha, do PMDB-RJ, que anunciou que deve se manifestar), o impeachment de Dilma teria hoje 308 votos –34 a menos que os 342 necessários (67% da Câmara) para que a ação seja levada ao Senado.

No lado oposto, 21% dos deputados declararam votos contrários ao processo –seriam 108 parlamentares a favor do mandato da presidente. Para permanecer no cargo, a presidente precisa que 172 parlamentares não votem pelo impedimento.

O cenário atual de encaminhamento do caso ao Senado depende dos 18% dos deputados que estão indecisos ou não declararam a posição (o 1% que falta para os 100% deve-se à aproximação).

No recorte das quatro maiores bancadas da Câmara (PMDB, PT, PSDB e PP), a situação da presidente só pode ser considerada tranquila em seu próprio partido.

No PP, que o governo corteja para ampliar a participação na máquina federal –e que, em reunião nesta semana, decidiu permanecer formalmente aliado a Dilma–, votos pró-impeachment chegam a 57%; indecisos são 30%.

Os índices são semelhantes aos do PMDB, que era o maior aliado da presidente e desembarcou de sua base de apoio no mês passado: 59% dos deputados do partido devem votar pelo afastamento; 38% não se posicionaram.

Este é o terceiro levantamento do tipo feito pelo Datafolha entre os parlamentares. Em relação às pesquisas anteriores houve uma evolução no número de deputados federais a favor do impeachment (de 42% em dezembro para 60% em março e abril).

Também se registrou recuo entre os contrários ao processo (eram 31% em dezembro, ante 21% hoje) e entre os indecisos (de 27% para 18%).

Comentário do programaNinguém tenha nenhuma dúvida. A maioria dos indecisos ficará “em cima do muro” até a última hora, esperando ver para onde vai a onda. Aí, comprados ou não, pularão para o lado em que há mais vantagem. Mas, por enquanto, esqueçamos a pesquisa e vejamos outros aspectos. Os governistas usam o bordão “Não vai ter golpe”. Na verdade, não vai ter golpe. Golpe seria um ato de força, promovido por militares ou grupos armados. Impeachment é um dispositivo legal, previsto na Constituição, cujo resultado pode ser contestado na Justiça, se desobedecer ao devido processo legal, vigiado pelo Supremo Tribunal Federal. Se os deputados e senadores entenderem que a Presidente cometeu ilegalidade, o impeachment está coberto de legalidade. O país precisa ser retirado do “fundo do buraco”. Do qual até agora, Dilma se mostrou incapaz de retirá-lo. Ninguém tem a garantia de que Temer e seu PMDB também serão capazes de tirar o Brasil do fundo do poço. Restará aí o caminho de novas eleições para ver se aparece “um filho de Deus” que nos tire da enrascada. (LGLM)

 

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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