Brasil fecha vagas pelo 12º mês seguido; em um ano, são 1,85 milhão a menos

By | 23/04/2016 8:56 pm

 

(Deu na Folha, na sexta)

O Brasil perdeu 118.776 vagas com carteira assinada em março, mais do que havia perdido em fevereiro ( –104.582 vagas).

É o pior resultado para março em 24 anos, desde 1992, quando a pesquisa começou a ser feita. É, ainda, o 12º mês seguido em que o país perdeu vagas de trabalho –a última vez em que as vagas abertas superaram as fechadas foi em março do ano passado (19,3 mil).

No acumulado de 12 meses até março, são 1.853.076 de postos de trabalho com carteira a menos. Apenas no primeiro trimestre, são 319.150 empregos a menos.

Os dados fazem parte do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e foram divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta sexta-feira (22).

A diminuição tem como pano de fundo o cenário de profunda retração econômica, com a crise política também contribuindo para minar a confiança de empresas e famílias, afetando decisões de investimento.

Só administração pública abriu vagas

O número de empregos cortados é o saldo, ou seja, o total de demissões menos o de contratações no período. Em março, houve 1.374.485 admissões e 1.493.261 demissões.

O fechamento de vagas atingiu sete de oito setores pesquisados. A administração pública foi a única exceção e fechou o mês com saldo positivo, porém modesto:

Agropecuária: -12.131 (ou -0,78%)

Construção civil: -24.184 (-0,92%)

Serviços: -18.654 (ou -0,11%)

Administração pública: + 4.335 (ou +0,48%)

Indústria de transformação: -24.856 (ou -0,33%)

Serviços industriais de utilidade pública: -344 (ou -0,08%)

Extrativa mineral: -964 (ou -0,46%)

Comércio: -41.978 vagas (-0,46%)

4 Estados não fecham vagas

Considerados os 26 Estados mais o Distrito Federal, apenas quatro criaram vagas:

Rio Grande do Sul: + 4.803 postos ou +0,18%, devido à Indústria da Borracha, Fumo e Couros e à Indústria de Calçados;

Goiás: + 3.331 postos ou +0,28%, em razão da Agropecuária e Indústria Química;

Roraima: +220 ou +0,43%, pelo desempenho do Comércio;

Mato Grosso do Sul: +187 postos ou +0,04%, em função da expansão do setor Serviços.

Todos os demais Estados e o Distrito Federal perderam vagas. 

O maior número de vagas fechadas foi em São Paulo (-32.616, ou 0,27%). A maior variação foi em Alagoas, com queda de 2,74% no emprego, ou 9.872 vagas a menos.

Comentário do programaO desemprego é a pior consequência da crise que assola o país. Diante dele, inflação é café pequeno. Dinheiro curto é muito melhor do que dinheiro nenhum, embora alguns comemorem o recebimento do FGTS e do seguro-desemprego. Só que depois que estes acabam o bicho pega, já que as perspectivas de novo emprego são cada vez mais difíceis. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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