Muita gente tem nos cobrado uma explicação para os acordos feitos em alguns municípios para apresentação de chama única nas eleições de prefeito. Só na região Metropolitana de Patos foram anunciados dois acordos de pacificação: São Mamede e Mãe Dágua. Pelo menos três motivos estariam por trás destes acordos. Uma o encarecimento das campanhas políticas. A dificuldade cada vez maior de conseguir financiamento para as campanhas, principalmente depois da proibição de doação por parte de empresa. O terceiro motivo é a crise econômica por que passa o país. Do encarecimento da campanha tenho o depoimento de um prefeito da região, depoimento de que já falei anteriormente. Dr. Ademir, prefeito de Santa Luzia, há uns oito meses de dizia que ia desistir da política pelo grande custo das campanhas. Segundo ele, para se eleger numa cidade como Santa Luzia, o candidato tinha que dispor de pelo menos um milhão de reais. Onde arranjar tanto dinheiro, depois que os Tribunais de Contas e a Justiça tornaram cada vez mais difícil recuperar a despesa de campanha nas costas da Prefeitura? A conclusão aqui já é minha, não de Ademir. Além disso vem a proibição de financiamento pelas empresas, todas interessadas nos contratos de prestação de serviço às prefeituras e para completar a crise dos últimos dois anos.
Mas muita gente está revoltada com os acordos. São aqueles que se aproveitam das campanhas políticas para cobrarem o preço de seu apoio, através de cargos e vantagens. Ou seja, muita gente que, em troca de apoio, passa a ocupar cargos comissionados para não fazer nada e ter ajuda de todo o tipo de parte das prefeituras. Para estes não interessam os acordos de pacificação. Se houve pacificação no seu município, observe quem mais reclama porque se fez o acordo. É sempre quem perdeu alguma “boquinha”.