Fiquei surpreso, nesta segunda-feira, 15 de agosto, pela manhã, ao ouvir em uma emissora de rádio a informação de que estaria sendo requerida, em um dos tribunais superiores em Brasília, uma medida cautelar para impedir a divulgação de fatos apurados em operações policiais e diligências do Ministério Público Federal, envolvendo irregularidades apuradas em administrações municipais da região. Tais apurações foram autorizadas pela Justiça Federal e não estão submetidas a sigilo, o que não impede portanto que o público tome conhecimento delas. A justificativa dos requerentes é que a divulgação de áudios e documentos colhidos nestas operações poderiam influir no ânimo dos eleitores. Não acreditamos que a Justiça autorize a aplicação desta “mordaça” nas autoridades federais, até porque é de todo interesse público que os eleitores tomem conhecimento destes fatos, para evitar que votem em pessoas acusadas de corrupção. Quem pretende esconder tais fatos do público, certamente tem interesses escusos a esconder, porque “quem não deve não teme”. A campanha eleitoral tem a finalidade, justamente, de levar ao conhecimento dos eleitores as propostas dos candidatos e ao mesmo tempo a qualificação deles para o exercício do cargo. Por sinal, o combate a corrupção tem calado fundo no espírito do brasileiro que está convicto de que o desemprego, a falta de assistência médica, a educação “capenga”, a inflação e outros males que afligem hoje agudamente os brasileiros se devem à corrupção em todos os níveis da administração. Em nossa região, tem provocado reflexões e debates a campanha feita de valorização do voto, promovida pela Diocese de Patos, mostrando quanto a corrupção prejudica a população, principalmente os mais carentes, e como o voto é importante para mudar este estado de coisas. A valorização do voto, pregado pela campanha e o seu lema tem calado fundo: “Voto não tem preço, tem consequência. Se você não quer um Brasil corrupto, não se corrompa”. E tem incomodado os corruptos da região.