(Veja comentário no final)
Em oito Estados e no Distrito Federal, policiais saíram às ruas no início da semana passada para cumprir 127 mandados judiciais.
Era a operação Greenfield, que investiga fundos de pensão, mas advogados, promotores e analistas reconheceram o DNA da operação Lava Jato —e uma evidência de que o país assistirá a uma onda de ações semelhantes a partir deste semestre.
“Haverá um desdobramento gigantesco de operações, inclusive nos âmbitos estaduais e municipais, que vai perdurar ao menos cinco anos”, prevê o advogado e ex-presidente da OAB do Paraná, Juliano Breda, que defende investigados na Lava Jato.
O fenômeno, que já é chamado de “novo normal” pelo cientista político Christopher Garman, diretor da Eurasia (maior consultoria americana para risco em mercados emergentes), se apoia num novo padrão de atuação.
O modelo, desenvolvido para “imunizar” as investigações contra o fracasso de operações passadas, se apoia em forças-tarefa com membros de quatro instituições (Ministério Público, Polícia Federal, Corregedoria-Geral da União e Receita Federal) e no trabalho de grupos especializados anticorrupção.
Assim como na Lava Jato, a Greenfield recrutou especialistas —neste caso, em mercado financeiro e fundos de pensão—, que agilizam a obtenção de documentos e a análise das provas obtidas.
Mas também replicou o que advogados de defesa chamam de “ataques surpresa” —conduções coercitivas, prisões e apreensões que, segundo eles, põem em risco o direito de defesa.
No balanço mais recente divulgado pela Justiça Federal do Paraná, foram determinadas na Lava Jato 177 conduções coercitivas, 87 prisões temporárias e 79 preventivas –das quais 31 ainda vigem.
No total, foram investigadas até agora 331 pessoas desde março de 2014.
(Folha de São Paulo)
Comentário do programa – O exemplo da operação Lava-Jato já chegou entre nós. Várias operações têm sido realizadas na Paraíba para apurar todo tipo de irregularidade praticado nas prefeituras. Em Patos mesmo, só do ano passado para cá aconteceram três operações. Duas etapas da operação Desumanidade e uma operação Veiculação. Esta última, inclusive, culminou com o afastamento de três prefeitos da região e prisão temporária e preventiva de prefeitos e secretários. Estas operações usam o modelo da Operação Lava-Jato, juntando Controladoria Geral da União, Ministério Público Federal e Polícia Federal e, eventualmente, Polícia Rodoviária Federal. (LGLM)