A Justiça eleitoral está cruzando as informações que os candidatos são obrigados a fornecer sobre as doações de campanha com dados do programa Bolsa Família e está estarrecida com a quantidade de dinheiro doada por pessoas que não têm nem condições de sobreviver. Até segunda-feira, 19/09, cerca de dezesseis milhões de reais já haviam sido doados aos candidatos a prefeito e vereadores por pessoas cadastradas no programa Bolsa Família. Claro que se estão doando dinheiro é porque não estão precisando do Bolsa Família. O Ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, desconfia que isso seja fraude. Nós temos certeza. Com acesso aos dados dos eleitores dos seus municípios, candidatos a prefeitos e vereadores, estão usando o CPF destas pessoas e simulando doações com dinheiro certamente oriundo de Caixa Dois. O presidente do TSE diz que o candidato só será responsabilizado se ficar comprovado que ele estimulou a doação. E que é preciso verificar se o beneficiário do Bolsa Família tinha conhecimento das doações. Resultado, se for fraude, o que tudo indica, doador e candidato podem ser punidos por crime eleitoral. Se houve realmente a doação, o doador pode ser punido com o corte do benefício, pois demonstrou não estar precisando dele. Num mundo político que se permite todo tipo de corrupção acredito mais na fraude por iniciativa do candidato e de seus tesoureiros de campanha. Beneficiário do Bolsa Família está é esperando que os candidatos dêem a ele um pouco do dinheiro que “arranjou fácil”. E vai seguir o velho conselho do padre Levi. “Ferre o “boi” e vote no padre”. Pena que naquele tempo esqueceram de votar no padre. Não esqueça que receber qualquer doação em troca do voto é crime. Mas terá atenuante se você receber e não votar. E não será roubo, pois o candidato que estiver comprando voto é porque tem muito dinheiro ou “ganhou fácil”.