Atenção redobrada. (Cuidado com os BANDIDOS!)

By | 27/11/2016 2:38 am

 

(Veja comentário no final)

Vive-se “um susto a cada esquina”, disse um dos responsáveis pela Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, em entrevista à “TV Folha” na quinta-feira (17). Ele se referia às notícias de que, na Câmara e no Senado, multiplica-se o esforço para diminuir o alcance dos instrumentos legais de combate à corrupção.

Com efeito, duas manobras cujo resultado seria determinar uma anistia oculta a envolvidos em irregularidades já foram barradas na undécima hora.

A primeira, que se acreditava capaz de anular os processos em curso sobre uso de caixa dois nas campanhas eleitorais, a custo foi contida quando a Câmara, em sessão excepcionalmente realizada numa noite de segunda-feira, preparava-se para o voto em plenário.

Outra articulação, também desfeita após entrevista convocada às pressas pelos procuradores da Lava Jato, visava a permitir que a legislação sobre acordos de leniência (gênero de delação premiada para empresas envolvidas em corrupção) fosse abrandada.

Adiou-se para esta terça-feira (22), por sua vez, a votação em comissão especial da Câmara do relatório do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) sobre as chamadas dez medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público Federal. Em sua versão atual, o pacote foi expurgado de alguns exageros persecutórios.

Enquanto isso, no Senado, ganha apoio explícito do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), projeto destinado a coibir abusos de poder por parte de autoridades judiciais. Sem dúvida, há sinais e exemplos suficientes, na Lava Jato, para tornar importante uma discussão sobre o tema.

Importância não se confunde, entretanto, com urgência e oportunidade. São plausíveis as avaliações de que, no momento, a proposição da matéria mal disfarça a intenção de intimidar as investigações —que incidem em especial sobre o próprio Renan Calheiros.

Entre as propostas sobre abusos de poder, consta a que caracteriza como crime de responsabilidade a “falta de decoro” em magistrados, prevendo para tal comportamento —tão difícil de definir— a drástica punição de perda do cargo.

É preciso separar o que pode ser visto como conluio pela impunidade do que configura um necessário limite para as tentações policialescas dos investigadores, parte deles inebriada pelo clamor popular.

A vigilância da opinião pública deve exercer-se sobre os dois lados do debate –ainda que, dada sua facilidade para manobrar nas sombras, os beneficiários da corrupção no Parlamento despertem, no momento, o mais aguçado e oportuno foco de atenções.

(Editorial da Folha, nesta sexta-feira)

Comentário do programa – São sinais dos fins dos tempos em questão de moralidade. Os ratos estão querendo prender os gatos. Ou seja, os ladrões estão querendo prender juízes e policiais. (LGLM)

Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde 09 de março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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