(Publicado no Patos Online)
Muita especulação se tem feito nos últimos dias sobre quem será o próximo presidente da Câmara de Vereadores. Muitas surpresas têm acontecido ao longo da história com estas escolhas. Candidatos que foram dormir certinhos de que seriam escolhidos e no outro dia foram surpreendidos nas urnas. O normal seria que a bancada majoritária, entre situação e oposição, elegesse a Mesa Diretora ou, no mínimo, os cargos mais importantes, nos casos raros de mesas ecléticas, ou seja com a participação de todos os lados.
Há sempre uma disputa mais acirrada pela presidência da Câmara por que na realidade é o presidente que comanda a casa e, principalmente, quem agenda e comanda as votações de projetos. É justamente este comando das votações que faz com que os prefeitos procurem eleger um presidente com que tenham um mínimo de afinidade, já que um presidente adversário pode dificultar a tramitação dos projetos que forem de interesse do prefeito.
A escolha do presidente sempre tem sido um campo de luta entre a situação e a oposição. O prefeito tem algumas armas para influir sobre o ânimo dos vereadores, enquanto o candidato a presidente da Câmara tem outras armas. Quando o orçamento é folgado, o candidato a presidente pode oferecer vantagens aos seus partidários, como assessorias, cargos comissionados na Casa e outros benefícios. Enquanto o prefeito, com um orçamento mais amplo pode oferecer cargos comissionados e outras benesses. Há quem fale numa espécie de mensalão, utilizado por presidentes de Câmara ou prefeitos para atrair votos decisivos para a eleição da Mesa da Câmara.
Este ano, temos uma novidade. Segundo se informa, o orçamento da Câmara já não permitia tantos benefícios que pudessem garantir votos na escolha da Mesa e esse ano temos uma agravante. Como o número de vagas aumentou de treze para dezessete e os repasses para a Câmara devem continuar os mesmos, ou até menores, por conta da crise econômica, o futuro presidente vai ter que se virar para administrar o mesmo orçamento com uma despesa maior. Já ouvi de vereador experiente que a próxima presidência da Câmara pode se transformar num autêntico “abacaxi”. E o poder de influir sobre a escolha da Mesa pode ser muito maior de parte do prefeito, do que de parte dos candidatos à presidência e outros cargos da Mesa.
Como falta menos de um mês para terminar a “novela”, resta-nos esperar. Nas redes sociais já vimos gente fazendo especulação, promovendo intrigas e divulgando pesquisas como se o voto do eleitor comum pesasse na escolha da Mesa. O melhor vereador não será necessariamente o melhor presidente. Até por que, o melhor vereador pode nem ter sido reeleito. E já vimos vereador de desempenho medíocre se transformar em excelente presidente. Principalmente, se for bem assessorado. Tivemos casos de vereador de primeiro mandato que conseguiu um desempenho razoável na condução das votações, justamente, por que tinha “um espírito santo de orelha” que lhe “cochichava” a melhor decisão a tomar, em plena discussão e votação de projetos. Claro que um vereador preparado e com experiência talvez seja o candidato ideal para presidente. Mas um presidente que tenha bom senso e tenha bom preparo pode se desincumbir muito bem de sua função. Ainda mais se tiver uma assessoria eficiente.
Não serei eu quem vai dizer quem será o próximo presidente da Câmara. Não sou vidente, nem profeta. Depende dos vereadores e do prefeito. Não adiantam especulações, pesquisas, nem cambalachos antes da hora. O jeito que temos é esperar para 1º de janeiro de 2017. (LGLM)