(Neste sábado na Folha)
O Ministério Público Federal pediu ao Ministério da Integração Nacional a elaboração de um laudo pericial em cinco dias que assegure que o reservatório de Barreiros, em Sertânia (PE), não teve sua estrutura danificada.
Após uma semana da inauguração, a barragem, que faz parte da Transposição do rio São Francisco, começou a vazar nesta sexta-feira (3), destruindo estradas e obrigando 60 famílias a se desalojarem.
A recomendação enviada à Secretaria de Infraestrutura Hídrica, em Brasília, quer a garantia de que a vazão de água gerada pelo vazamento não afetará outras barragens, como a de Poções e Camalaú, na Paraíba. Assim como Barreiros, ambas são parte do eixo leste da Transposição.
“Esses açudes são antigos, mantidos e operados de maneira diferenciada em relação ao sistema operacional a ser adotado pelo novo empreendimento, sendo preciso realizar ações com vistas à recuperação e atualização desses barramentos”, diz a procuradora da República Janaína Andrade de Sousa.
A procuradora recomenda ainda que barragens com estruturas mais altas que 15 metros ou com capacidade de acumulação igual ou superior a 3 milhões de metros cúbicos sigam a Política Nacional de Barragens e que todos os 21 açudes inseridos na transposição se enquadrem nessas condições.
Segundo o Ministério da Integração Nacional, técnicos das empresas responsáveis pelas obras na região estão em campo tentando conter a água. Enquanto isso, um ginásio, uma escola municipal, um salão paroquial e até o canteiro de obras estão servindo de abrigo temporário para os moradores que foram retirados de suas casas.
Além do alojamento, estão sendo providenciados kits contendo colchonetes, material de higiene e mantimentos. A expectativa é conter o vazamento neste sábado (4).
Até o momento, não foi identificado nenhum risco estrutural ao reservatório, que deveria ter sido entregue em 2012. “A barragem está íntegra, permitindo, inclusive, o tráfego de caminhões”, diz uma nota do ministério.
O reservatório de Barreiros recebe água da estação de bombeamento 5 (EBV-5) e alimenta a estação 6 (EBV-6), que manda água para Monteiro (PB).
(+) Comentário do programa – Se os fiscais destas obras comeram “bola” como os políticos envolvidos na Lava Jato, muitas “bombas” vão surgir nas barragens e nos canais. (LGLM)
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