Maia critica possibilidade de governo rever a meta fiscal

By | 30/07/2017 8:02 am

 

(Deu na Folha)

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou neste sábado (29) a possibilidade de o governo rever a meta fiscal de 2017. “A minha posição é que a meta fiscal fique onde está. Não é correto gerar mais [R$] 30, 40, 50 bilhões de gastos para a população pagar”, escreveu em mensagem postada nas redes sociais. A alteração da meta depende de aprovação do Congresso Nacional.

Oficialmente, o governo mantém o discurso de que cumprirá a meta atual, de deficit de R$ 139 bilhões. Contudo, nos bastidores, tanto o Palácio do Planalto quanto os ministérios da Fazenda e do Planejamento já admitem que o valor pode ser revisto em agosto, como mostrou a Folha.

Projeções feitas pela equipe política e pela ala econômica já apontam que o rombo das contas públicas deve ultrapassar os R$ 139 bilhões. Se o quadro de deterioração fiscal se mantiver ao longo das próximas semanas, o governo deverá rever o tamanho do deficit até 31 de agosto –data-limite para a apresentação do projeto de lei orçamentária do ano que vem.

“Se nós não temos condição de cumprir a meta, que se construa (sic) as soluções, mas não aumentando os gastos”, escreveu Maia. “Todo mundo tem o seu orçamento e precisa viver dentro do seu orçamento. A União, os Estados e municípios também.”

A fala do deputado, em tom crítico ao que o governo vem discutindo nos bastidores, ocorre em um momento delicado da relação do Planalto com o presidente da Câmara.

Na próxima quarta-feira (2), deputados decidem se uma denúncia por corrupção contra Temer deve ou não ter prosseguimento. Se a Câmara autorizar –são necessários ao menos 342 votos–, o STF (Supremo Tribunal Federal) então analisa a acusação. Se aceita, o presidente se torna réu, é afastado por 180 dias, e Maia assume o Planalto.

META

O governo encontra dificuldades para cumprir a meta prevista para o ano e não tem muita margem para elevar as receitas e cobrir o rombo nas contas públicas. Desgastado politicamente, o Planalto tenta conferir a Meirelles poder exclusivo para tomar a decisão sobre o assunto. Temer não quer ficar com o ônus de dar a ordem para afrouxar o Orçamento e quebrar a promessa de austeridade que fez ao mercado quando assumiu o governo.

A ordem, por ora, é buscar meios para cumprir a meta atual, incluindo a revisão de despesas. Integrantes da equipe econômica, entretanto, já admitem que o atual bloqueio de R$ 45 bilhões do Orçamento pode ser insustentável e prejudica o funcionamento de serviços públicos.

O aumento do PIS/Cofins sobre combustíveis, anunciado na semana passada, foi uma cartada de Temer e Meirelles para tentar evitar a flexibilização da meta, mas auxiliares do presidente reconhecem que o tributo não será suficiente para cobrir o rombo -a intenção é arrecadar R$ 10,4 bilhões com ele.

A opção de reajustar outros impostos é praticamente descartada. Além de gerar mais desgaste para Temer, boa parte dessas medidas dependeria de aval da Câmara e do Senado, que não estão dispostos a arcar com a impopularidade dessa solução.

Para mudar a meta, o governo precisará aprovar no Congresso um projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias. A ala política defende que essa proposta seja apresentada o quanto antes, para que a equipe econômica possa trabalhar com um quadro definitivo para as contas públicas até o fim do ano.

A principal aposta do governo para reforçar seu caixa é a arrecadação com leilões de petróleo e transmissão de energia elétrica, que podem render cerca de R$ 20 bilhões. O problema, segundo a Fazenda, é que essa receita só chegará no último trimestre do ano, o que daria ao governo pouco tempo para salvar as contas públicas caso essas projeções se frustrem

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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