Governo permite parcelamento de dívidas e reduz alíquota do Funrural

By | 06/08/2017 8:40 am

 

(Deu na Folha)

 

Às vésperas da votação da denúncia contra o presidente Michel Temer no Congresso, o governo editou uma medida provisória reduzindo a alíquota da contribuição do Funrural (Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural) e permitindo parcelamento de dívidas em até 180 vezes com redução de multas e juros.

 

No final de março, uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) tornou constitucional a cobrança da contribuição do produtor pessoa física à seguridade social por meio do Funrural. A estimativa é que haja um passivo entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bilhões não pagos pelo setor.

 

A FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) vinha pressionando pelo parcelamento desse montante e pela redução da alíquota.

 

Mais de 200 parlamentares fazem parte da bancada da frente. A oposição precisava do apoio de 342 dos 513 deputados para que a denúncia contra Temer seguissse para o STF.

 

Em maio, o líder da bancada ruralista, deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), afirmou que, se o governo atendesse às demandas do setor, definindo uma alíquota mais baixa, os parlamentares da frente se sentiriam mais inclinados a votar a favor da reforma da Previdência –o projeto precisa do aval de ao menos 308 parlamentares.

 

De acordo com a medida provisória, os produtores ou compradores de produção rural deverão pagar no mínimo 4% da dívida em até quatro parcelas a serem quitadas entre setembro e dezembro de 2017, sem qualquer desconto.

 

A partir de janeiro de 2018, os produtores poderão parcelar o restante em até 176 vezes, com descontos de 25% nas multas e 100% nos juros.

 

Além disso, a alíquota-base do Funrural foi reduzida para 1,2% da receita bruta que vem da comercialização da produção a partir de janeiro do ano que vem. O percentual atual é de 2%.

 

Com isso, a alíquota total, que inclui outras contribuições, passará a ser de 1,5%. A anterior era de 2,3%.

 

A medida vale para dívidas vencidas até 30 de abril deste ano, e o prazo final para adesão é 29 de setembro.

 

Os ministros do STF discutiam um recurso que questionava se é constitucional a União cobrar do trabalhador rural um imposto destinado para o fundo.

 

O tributo incide sobre a receita bruta da comercialização da produção e auxilia a pagar as aposentadorias dos trabalhadores rurais.

 

A decisão teve efeito de repercussão geral. Mais de 15 mil processos estavam suspensos na instância de origem para esperar o desfecho do julgamento no Supremo Tribunal Federal.

 

Um dos argumentos de ministros do STF que votaram pela constitucionalidade da cobrança foi o impacto econômico nas contas do governo em caso de derrota.

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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