(Genival Jr-Jornalista)
O presidente da Associação dos Portadores de Epilepsia do Estado da Paraíba-ASPE-PB e ex-epiléptico, João Hércules Gomes Bezerra, realizou neste sábado, 9 de setembro, um trabalho de conscientização nas ruas de Patos alusivo ao Dia Latino Americano da Epilepsia.
Na oportunidade, João Hércules participou de programas nas Rádios Morada do Sol e Espinharas-FM, e realizou visitas no comércio e nos mercados públicos da cidade, quando simulou o efeito provocado por crises convulsivas nas ruas de Patos e em seguida conversou com feirantes, profissionais do comércio, moto-taxistas e cidadãos que transitavam pela localidade, que assistiram ao momento que já foi sentido por ele durante mais de 30 anos na cidade de Emas-PB, quando teve que conviver com a doença.
Segundo dados do Neurologista Ricardo Teixeira, do Instituto do Cérebro de Brasília, a epilepsia no Brasil ainda é considerada uma condição neurológica, em muitos casos considerada grave, que acomete atualmente mais de três milhões de brasileiros, somando-se a estes, cerca de 11 novos casos identificados a cada hora.
Curado da doença há 12 anos, após uma cirurgia que custou mais de 25 mil reais no ano de 2005, o presidente da Associação dos Portadores de Epilepsia do Estado da Paraíba, disse durante as entrevistas que é pensamento da ASPE-PB abrir um Polo da Entidade no Sertão, visando fazer o encaminhamento dos casos cirúrgicos de Patos e Região. “Estamos expandindo o trabalho realizado no Estado e encaminhando os casos cirúrgicos para o Dr. Stênio Sarmento, Neurocirurgião do Hospital Santa Isabel, em João Pessoa”, explicou.
Segundo João Hércules, o trabalho da associação acontece em duas frentes, sendo o primeiro, com a realização de Congressos nas grandes cidades voltado principalmente para estudantes universitários e o segundo junto aos portadores da doença, que são encaminhados para as equipes médicas através de consultas e cirurgias gratuitas para os casos de epilepsia refratária, aqueles que não são curáveis através do uso de medicamentos. “Os casos cirúrgicos são identificados através de avaliação clínica e extremamente profissional”, destacou.
De acordo com Hércules, a pessoa com epilepsia ainda encontra muita dificuldade para se inserir na sociedade, formar família e até conseguir um emprego. Por isso, muitas campanhas vêm sendo realizadas pelos órgãos nacionais de saúde, visando mudar nacionalmente essa realidade. “Epilepsia não é doença contagiosa. Contagioso é o preconceito”, finalizou.