(Reuters)
Convencido pelos parlamentares de que não há mais condições de aprovar o projeto como foi fechado na comissão especial, o governo deve centrar em apenas três pontos: idade mínima de 65 anos para homens e 62 para mulheres, regra de transição para implementação da idade mínima e equiparação das regras de aposentadoria do serviço público com o regime geral da Previdência.
Leia mais:
- Sonegação e inadimplência equivalem a um terço do deficit da Previdência
- Vídeo nas redes diz que rombo na Previdência é farsa; será mesmo?
- Brasil já está pronto para igualar aposentadoria de homens e mulheres?
Temer receberá no Planalto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o secretário de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, e os deputados Arthur Maia (PPS-BA), relator da Previdência, e Carlos Marun (PMDB-MS), presidente da comissão especial, entre outras autoridades, para debater a reforma.
O presidente ouviu de deputados e senadores nos últimos dois dias que não havia nenhuma chance de se conseguir aprovar a reforma completa, e o governo deveria tentar apenas dois ou três pontos principais.
Ainda assim, hoje não há os 308 votos necessários na Câmara para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição, como a reforma previdenciária.
No entanto, os líderes da base disseram a Temer que nesses três pontos, onde há mais consenso e menos resistências, seria possível construir uma maioria.
Senadores do PSDB chegaram a sugerir ao presidente enviar um novo projeto, simplificado, mas a ideia está descartada.
“Está pronto pra votar no plenário. É só mudar o texto”, disse um auxiliar do presidente. “Começar tudo de novo, só em 2020”.
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou há alguns dias que os três pontos principais preservariam 70% da economia prevista pela proposta que saiu da comissão especial. No entanto, essa proposta já representava cerca de 70% do que o governo tinha previsto inicialmente.
A mudança que pode ser aprovada deve dar um fôlego às contas públicas pelos próximos quatro anos, o que obrigaria o próximo governo a fazer novas mudanças.
A conta dos senadores é que, aprovada a PEC até o final deste ano na Câmara, o texto deve começar a ser apreciado em fevereiro no Senado e pode ser votado até o final de março. É o limite para que o Congresso entre em modo eleitoral, o que praticamente impediria qualquer avanço na matéria.
Na terça-feira, Temer divulgou um vídeo para afirmar que está empenhado na negociação da reforma, depois de o dólar encostar no patamar de R$ 3,28 e o Ibovespa fechar abaixo dos 73 mil pontos pela primeira vez em dois meses, em reação à ideia de que o governo poderia ter desistido de investir na proposta.
PARA COMPRAR OS DEPUTADOS E VOTAR NAS SACANAGEM DELE.