(Deu na Folha)
Kátia Abreu no Poder e Política((Deu na Folha)
Expulsa do PMDB por decisão do conselho de ética da legenda, a senadora Kátia Abreu (Sem partido-TO) chamou o senador Romero Jucá (PMDB-RR) de “canalha”, “crápula” e “ladrão de vidas e almas brasileiras”.
Ela disse ainda que o PMDB “não reúne condições morais e virou o escárnio da nação”. “Por que me expulsaram? Porque tenho princípios? Porque tenho coerência? Porque não sou oportunista? Porque não faço parte de quadrilha? Porque não faço parte de conluio? Porque não estou presa? Porque não uso tornozeleira? Porque não tenho apartamento cheio de dinheiro? Ou porque não apareceu nenhuma mala cheia de dinheiro da senadora Kátia Abreu?”, questionou.
Jucá, que é líder do governo no Senado, é presidente interino do PMDB. Por maioria, a sigla decidiu na semana passada remover a senadora do seu quadro alegando descumprimento de orientações partidárias e por ela ter feito críticas ao governo Michel Temer.
Em pronunciamento no plenário do Senado, Kátia disse que sua expulsão se deu por uma “figura conhecida por ser uma pessoa nociva à vida pública brasileira e ave de rapina da coisa pública”, disse, em menção a Jucá.
Durante a fala da senadora, parlamentares de oposição como Paulo Paim (PT-RS) e Lídice da Mata (PSB-BA) pediram a palavra, mas foram impedidos de se pronunciar pelo senador João Alberto Souza (PMDB-MA), que presidia a sessão. “Eu tenho certeza, senador, de que se fosse aqui Romero Jucá, esse canalha, esse crápula do Brasil, esse ladrão de vidas e almas alheias, o senhor teria sido mais condescendente com ele”, criticou Kátia.
Ela aproveitou ainda para fazer ataques ao tucano Aécio Neves (MG), alvo de denúncia por corrupção e obstrução da Justiça. “Tem havido muito mais condescendência nesta hora. Quantas horas ganhou aqui Aécio Neves para fazer uma defesa pífia a troco de nada? Quantos outros ganharam aqui um tempo exorbitante para fazer a sua defesa e receber a defesa dos colegas? E hoje eu estou impedida”, disse.
Kátia foi ministra de Agricultura do governo Dilma Rousseff e permaneceu no governo mesmo após orientação do seu partido para deixar os ministérios durante o processo de impeachment. Desde então, ela adota postura de oposição ao governo do PMDB e faz críticas diretas a Temer.