Por João Borges, em blog no G1
Pelo roteiro traçado neste final de semana, quinta-feira (7) deverá ser o dia decisivo para o destino da reforma da previdência este ano.
O presidente Michel Temer deve oferecer um jantar aos líderes partidários e ministros no Palácio da Alvorada, e o governo pretende fazer a contagem dos votos para avaliar se tem condições de levar a votação ao plenário na semana seguinte.
Caso não se chegue a uma avaliação segura de que se obterá o mínimo de 308 votos necessários para aprovação, o parecer do deputado Artur Maia não será levado a votação.
O pior dos mundos, na avaliação de um dos ministros diretamente envolvido nas articulações, seria a derrota em plenário. Melhor empurrar o problema para frente, quem sabe tentando votar no início do ano que vem.
Mesmo sabendo que dificilmente o clima para votação será mais favorável do que agora. Mas manter um fio de esperança seria melhor do que ver a proposta rejeitada. Na hipótese da derrota em plenário, o impacto sobre as expectativas econômicas seria imediato, afetando de alguma maneira a trajetória de recuperação da economia.
Aliás, a consolidação dessa recuperação, à medida que for percebida com mais nitidez pela população, seria o único fator que, em tese, poderia contaminar favoravelmente a disposição de muitos deputados que hoje relutam em votar a favor da reforma.
Na avaliação de um articulador da reforma no Congresso, está havendo o que definiu como dissonância entre convicção e conveniência: muitos concordam com a reforma nos termos em que está posta (convicção) mas alegam que, votando por sua aprovação, perdem voto na eleição do ano que vem (conveniência).
Alguns manifestam outro tipo de preocupação: votar a favor da reforma e ver o texto rejeitado. Nesse caso, teria o dano eleitoral sem ter o benefício da aprovação, com seus impactos positivos sobre a economia e quem sabe na avaliação do eleitor.