(Do Painel da Folha, neste domingo)
Hora da verdade O mistério que mobiliza debates sobre o futuro da Lava Jato e do ex-presidente Lula poderá ser desvendado na terça (6). Novo presidente da primeira turma do STF, Alexandre de Moraes colocou em pauta dois casos que abordam diretamente a discussão sobre a prisão após condenação em segunda instância. O ministro ainda não se pronunciou sobre o tema na corte e seu voto seria decisivo para mudar o entendimento atual –em 2016, a detenção foi autorizada por um placar de seis a cinco.
Contra o tempo O colegiado discutirá o caso de um prefeito condenado a cinco anos de detenção, em 2009, pelo TRF-4. A pena caducará em fevereiro deste ano e a PGR pede para executá-la, impedindo a prescrição.
Em xeque A outra ação trata da suspensão de uma liminar de Marco Aurélio Mello que impediu a prisão de um condenado pelo STJ a cinco anos e meio. A decisão do ministro agora vai a votação.
Minerva 1 Ao abordar o tema há menos de dois anos, o STF entendeu que o encarceramento era possível após condenação em segunda instância. A composição da corte foi alterada com a morte de Teori Zavascki –substituído por Moraes– e ao menos dois ministros sinalizam que mudaram de entendimento.
Minerva 2 A aposta nos bastidores é de que hoje haja um empate. A posição de Moraes é vista como uma incógnita. Revelada na terça (6), deixará claro o novo placar que o tema tem no STF.
Salto no escuro? Pessoas próximas a Henrique Meirelles (Fazenda)perceberam um padrão nas entrevistas de Michel Temer. O presidente sempre afirma que discutirá o nome de seu candidato ao Planalto a partir de maio. Para concorrer, o ministro teria que deixar o cargo em abril.
Seguro de vida Quem conhece Meirelles diz que ele jamais largaria o posto sem garantias. Ele vai manter a tática atual até o limite: se apresentará como o nome mais talhado para defender o legado de Temer e se aproximará dos evangélicos. Só sai se tiver apoio do governo ou legenda para disputar.
100 metros rasos Aliados de Ciro Gomes (PDT-CE) comemoraram o Datafolha. Para quem não se candidata à Presidência desde 2002, dizem, competir cabeça a cabeça com o governador de SP, Geraldo Alckmin, está ótimo.
Sangue frio A expectativa de dirigentes do PDT é a de que, a medida que o eleitor perceba que o voto em Lula pode ser em vão, Ciro melhore sua performance na região Nordeste.
Herdeiros Segundo a pesquisa, entre eleitores que declaram preferência pelo PT, Ciro sobe de 3% para 15% quando o petista está fora da disputa. No mesmo grupo, Marina passa de 4% para 13% quando o ex-presidente é excluído do cenário eleitoral.