Fomos surpreendidos no final da noite da última quarta-feira, 21/02/2018, com a notícia da morte, no Hospítal Regional de Patos, do ex-radialista e ex-vereador Orlando Xavier. Nascemos na mesma rua dos 18 do Forte. Ele em setembro de 1944, eu em outubro de 1945. Em casas que ficavam a vinte metros uma da outra. Ele filho de Manoel Xavier e dona Zulmira Xavier. Orlando era um dos mais velhos da família, tendo como irmãos Zequinha, o mais velho ( já falecido), Irene, Iolanda, Iracema, Dão, Renê, Mario e Pedroca. Dos irmãos foi o único que não foi sapateiro como o pai. Preferiu ficar livre como balaieiro, até entrar, no início da década de sessenta, para os quadros da Rádio Espinharas de Patos. Inicialmente fez serviços gerais, mas interessou-se para aprender a trabalhar no controle, onde fomos encontrá-lo em 1964. Trabalhamos juntos uns três anos, ele como controlista, eu como locutor, fazendo os primeiros programas da manhã. Abrindo a rádio, como dizíamos, com programas de violeiros e de músicas nordestinas. Posteriormente, Orlando virou também locutor e foi encarregado de apresentar um dos programas de maior audiência da história da Rádio Espinharas, o Bronca Livre. A sua pequena estatura lhe rendeu nesta época o apelido que o acompanhou pelo resto da vida, o Baixinho da Bronca Livre, mesmo depois que deixou aquele tipo de programa e ingressou em outras áreas da radiofonia. A audiência do Bronca Livre e as campanhas filantrópicas que fazia lhe renderam, em 1982, a maior votação já dada a um candidato a vereador em Patos: 2343 votos. Durante o mandato, saiu da Espinharas, o que provavelmente atrapalhou a sua tentativa de reeleição no ano seguinte. Depois da Espinharas, passou algum tempo trabalhando por outros Estados, inclusive em São Paulo, e por emissoras em outras cidades da Paraíba. Retornando a Patos, ingressou na Rádio Itatiunga, onde ficou até 2012, quando deixou o rádio definitivamente. Lá fazia programas de grande audiência, o que o ajudou a conseguir outro mandato de vereador em 2004. Além de radialista e vereador, Orlando foi também funcionário da CAGEPA, o que lhe garantiu aposentar-se quando chegou à idade. Muito jovem ainda e ainda balaeiro, começou um namoro com Edleusa que também era Xavier. Namoro que no começo não era de muito gosto da futura sogra pela sua condição de simples balaeiro. Mas Orlando mostrou-se um exemplo de superação, chegando a locutor de grande sucesso e a vereador patoense em duas legislaturas. Dona Edleusa foi a companheira de toda a vida. Juntos criaram dez filhos: Robério, Rogério, Rossano, Rociênio, Rômulo, Romualdo, Robilene, Roxandra, Roseane e Rociênia. Que, por sua vez lhe deram quatorze netos e cinco bisnetos.
Orlando vinha passando por sérios problemas de saúde há mais de ano. Fumante inveterado, Orlando pagou caro pelo apego ao vício. Um problema de garganta que lhe rendeu umas duas cirurgias e a diabetes que custou a amputação de uma das pernas terminaram levando às complicações que o levaram à morte. Apesar de ter exercido apenas dois mandatos, Orlando teve atuação marcante e independente em nossa Câmara de Vereadores, pela sua combatividade. Centenas de amigos estiveram presentes aos seus velório e sepultamento no cemitério parque Memorial Jardim da Paz, na última quinta-feira.
Amigos na infância, continuamos amigos até agora. Apesar de apenas um ano mais velho do que eu, ele dizia que tinha me carregado nos braços. Um dos seus filhos mais novos, o galego Rômulo, que tem grande capacidade de comunicação, tem confessado a sua intenção de suceder politicamente ao inesquecível Baixinho da Bronca Livre. Desejamos-lhe boa sorte.
Daqui mais uma vez as nossas condolências a dona Edileusa, companheira inseparável e dedicada de Orlando, ao lado de quem era ouvinte assídua dos nossos programas, e a todos os demais familiares. Orlando não morrerá certamente no coração de quantos lhe queríamos bem. (LGLM)