Salvaguardas

By | 04/03/2018 3:39 am

 

(Julianna Sofia, secretária de Redação da sucursal em Brasília)

O presidente Michel Temer disse, em artigo na Folha, que a reforma trabalhista deverá acelerar a geração de empregos neste ano e endossou a aposta de analistas de mercado de 3 milhões de novas vagas (formais e informais) em 2018.

 

As mudanças na embolorada CLT entraram em vigor em novembro. Na ocasião, o emedebista se viu obrigado a editar uma medida provisória para cumprir um acordo feito com o Senado. Para compor com o presidente e o empresariado, os parlamentares daquela Casa se abstiveram do direito constitucional de alterar a reforma trabalhistaaprovada pela Câmara. Não trocaram uma vírgula do texto votado —sem muito debate— pelos deputados.

 

Para não ficar muito feio, senadores governistas aceitaram um mimo do Palácio do Planalto: uma MP para fazer as modificações pleiteadas pelos parlamentares da base.

 

Foram 17 mudanças, entre elas a que determina o afastamento de trabalhadoras grávidas de atividades insalubres.

 

O texto prevê ainda uma quarentena de 18 meses para a migração de um contrato de trabalho regular para a modalidade intermitente — quando se trabalha alguns dias/horas

no mês, e a ​remuneração é proporcional. Também estabelece que a jornada de 12 horas de trabalho/36 horas de descanso precisa ser negociada em acordo coletivo.

 

A MP 808 dormita no Congresso depois de receber 967 propostas de emendas. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, faz o jogo da banca financeira e torce o nariz para a medida desde o nascedouro. A norma tampouco aparece entre as prioridades do Planalto, que não se empenhará pela aprovação. Em fevereiro, o presidente Eunício Oliveira (Senado) já teve que prorrogar o prazo de validade da MP, mas a comissão especial para discuti-la não foi sequer instalada até agora. Uma reunião para isso está prevista para terça-feira (6).

 

O mercado de trabalho ganha impulso com postos de baixa qualidade. Há que se ter salvaguardas.

 

Comentário do programa – Hoje estou plenamente convencido de que o impeachment de Dilma foi um golpe para colocar Temer no poder com a única finalidade de aprovarem a reforma trabalhista e a reforma da Previdência, no sentido único de prejudicar os trabalhadores. Ou seja, o golpe foi dado exclusivamente para atender o interesse dos empresários, interessandos em menos custo trabalhista nas suas empresas e num mercado financeiro interessante oriundo da reforma previdenciária. (LGLM)

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Category: Nacionais

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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