PT defende ‘golpistas’ e abraça oligarquias para sobreviver

By | 05/08/2018 6:08 am

 

Sigla mergulha na incoerência eleitoral e se alia a velhos caciques do Nordeste

(Bruno Boghossian, colunista da Folha, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA))

 

Minutos antes de oficializar sua aliança com Renan Calheiros e Renan Filho (MDB) na convenção do PT em Alagoas, o deputado Paulão se irritou com um grupo que chamava os convidados de “golpistas”.

 

“Vocês podem até não votar no governador e no senador, mas vaiar é uma atitude antidemocrática, falta de respeito e de educação”, reclamou.

 

Apesar da força preservada pelo ex-presidente Lula no Nordeste, o enfraquecimento do PT empurra a sigla para o lado das velhas oligarquias da região. Para sobreviver e pegar carona na estrutura política dos caciques, o partido topou mergulhar no poço das incoerências eleitorais.

 

O Renan Calheiros defendido por Paulão (que foi presidente da CUT) é o mesmo que votou pelo impeachment de Dilma Rousseff e exclamou um “tamos juntos” na posse de Michel Temer. O senador teve uma recaída pró-PT, mas só quando percebeu que sua reeleição estava em risco.

 

No Ceará, os petistas rifaram a candidatura de José Pimentel para mais um mandato no Senado, abrindo  caminho para Eunício Oliveira (MDB).

 

Contrariado, Pimentel disse que sua saída “possibilita o fortalecimento de setores que atacam conquistas sociais”. Para o ex-presidente do PT Ricardo Berzoini, a decisão “é o triunfo da burocracia clientelista”.

 

O sinal verde partiu do próprio Lula. Em outubro, o ex-presidente disse que estava “perdoando os golpistas”. No dia seguinte, o PT de Alagoas anunciou que voltaria a ocupar cargos no governo Renan Filho.

 

Os políticos que derrubaram Dilma esquecem as hostilidades sofridas. Ciro Nogueira, que demoliu o último pilar do governo ao tirar o PP da base aliada, aderiu à chapa petista no Piauí. Já o clã Sarney finge que o dedo do patriarca não deslizou na urna eletrônica em 2014 para dar um voto a Aécio Neves (PSDB).

 

Roseana, que tenta voltar ao governo do Maranhão, discursou no domingo (29) como se a família não tivesse conspirado pelo impeachment e instalado um ministro no governo Temer. “Todos queremos que Lula supere esse sofrimento.”

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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