(Datafolha)
Fora da campanha nas ruas há mais de dez dias, desde que sofreu um atentado em Minas Gerais, Bolsonaro segue isolado na liderança da disputa presidencial, e com tendência de alta gradual na preferência dos eleitores. Com 28% das intenções de voto, ele oscilou dois pontos percentuais na comparação com levantamento realizado na semana passada, entre os dias 13 e 14, e tem seis pontos a mais do que no início oficial da campanha, na segunda quinzena de agosto, quando aparecia com 22%, o que configura uma tendência de alta.
O deputado do PSL tem como adversários mais próximos Fernando Haddad (PT), que tem crescido desde que substituiu Lula como nome do PT e agora aparece com 16% das intenções de voto, e Ciro Gomes (PDT), que tem 13%. O petista e o pedetista estão empatados dentro da margem de erro, mas suas candidaturas vivem movimentos diferentes neste momento: no último dia 10, o ex-prefeito de São Paulo tinha 9%, cresceu para 13% na pesquisa seguinte, de 13 e 14 de setembro, e agora voltou a avançar. No caso de Ciro, a alta registrada entre os levantamentos realizados na segunda semana de setembro (de 10% para 13%) foi seguida, agora, por uma estagnação.
Quem também apresentou estagnação foi Geraldo Alckmin, que se manteve com 9%, mesmo resultado da semana passada. O tucano está empatado com Marina Silva (Rede), que mantém tendência de queda e aparece com 7% das intenções de voto (tinha 16% em agosto, 11% no dia 10 de setembro e 8% nos dias 13 e 14 de setembro).
Os demais presidenciáveis sustentaram seus índices de intenção de voto do levantamento anterior, com variações dentro da margem de erro. Com 3% aparecem Alvaro Dias (Podemos) e João Amoêdo (Novo); com 2%, Henrique Meirelles (MDB); e com 1%, Vera (PSTU) e Guilherme Boulos (PSOL). Os candidatos Cabo Daciolo (Patriota), Eymael (DC) e João Goulart Filho (PPL) não pontuaram.
A taxa dos que pretendem votar em branco ou nulo passou de 13% para 11% desde a última pesquisa (era de 22% na segunda quinzena de agosto e 15% no dia 10 deste mês), e há 5% indecisos, em patamar estável.
No total, foram ouvidos 8.601 eleitores em 323 municípios brasileiros. A margem de erro para o total da amostra é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.
A maioria (60%) dos que declaram voto para presidente, incluindo quem vota em branco ou nulo, está totalmente decidido sobre essa opção, índice estável em relação ao último resultado para a questão. Os apoiadores de Haddad (75%) e Bolsonaro (76%) são os mais convictos. Entre os eleitores de Ciro, 43% estão totalmente convencidos, taxa similar à dos que votam em Alckmin (42%). O eleitorado de Marina é o menos seguro em relação a seu voto (30%). Na fatia que vota em branco ou nulo, 62% estão totalmente decididos.
Os eleitores que ainda podem mudar seu voto (40% do eleitorado) foram questionados sobre sua segunda opção para presidente, e as respostas mostram uma dispersão dos votos entre todos os candidatos, com destaques para os principais concorrentes na disputa, notadamente Ciro (15%), Marina (13%), Alckmin (12%), Haddad (12%), Bolsonaro (11%) e brancos/nulos (12%), com 9% de indecisos, entre outras respostas.
Na fatia do eleitorado ainda não convicto de Ciro, 27% têm Haddad como segunda opção, e na sequencia surgem Marina (18%) e Alckmin (15%). Entre os que declaram voto no tucano mais ainda podem mudar de ideia, as alternativas mais indicadas são Bolsonaro (17%), Ciro (18%), Marina (19%), e 8% optariam pelo candidato do PT. Na fatia dos não convictos que neste momento estão com Haddad, Ciro é visto como segunda opção por 34%, e também são apontados Marina (13%), Bolsonaro (12%), Alckmin (12%) e votar em nulo ou em branco (16%), entre outros. Entre quem vota em Bolsonaro mas ainda pode escolher outras opções, Alckmin (21%), Ciro (16%), Marina (13%) e branco ou nulo (15%) são as principais alternativas. Na parcela que vota em branco ou nulo mas não está totalmente decidida, 25% ficam indecisos sobre uma segunda opção, e na sequência aparecem Bolsonaro (14%), Ciro (16%) e Marina (14%).
SOBE REJEIÇÃO A HADDAD, E BOLSONARO SEGUE COMO O MAIS REJEITADO Uma parcela de 43% do eleitorado brasileiro não votaria de jeito nenhum em Bolsonaro no primeiro turno da eleição presidencial, índice que, apesar de estável nas últimas semanas, com oscilações dentro da margem de erro, coloca o militar reformado como o mais rejeitado entre os presidenciáveis neste momento da disputa eleitoral. A candidatura de Marina é rejeitada por 32% (eram 30% na última pesquisa), em patamar similar ao dos que não votariam de jeito nenhum em Haddad (29%, ante 26% na última pesquisa). Na sequência aparecem Alckmin (24%) Ciro (22%), Vera (19%), Cabo Daciolo (19%), Boulos (18%), Meirelles (17%), Eymael (17%), Dias (15%), Goulart Filho (15%) e Amoêdo (15%). Há ainda 4% que rejeitam todos, 2% que não rejeitam nenhum deles e 5% que não opinaram sobre o tema.
NO 2º TURNO, BOLSONARO PERDE PARA CIRO E EMPATE COM HADDAD Nas simulações de segundo turno realizadas pelo Datafolha, Bolsonaro diminuiu a vantagem para Ciro, Alckmin e Marina, chegando a um empate técnico contra os dois últimos. Além disso, segue empatado com Haddad. O embate entre Ciro e Bolsonaro mostra manutenção na liderança do pedetista: ele tem 45% das intenções de voto (estável), enquanto o deputado do PSL conta com a preferência de 39% (eram 38% na semana passada). Há ainda 14% que votariam em branco ou nulo e 2% estão indecisos. Entre quem optar por Fernando Haddad no primeiro turno, 76% declaram votariam em Ciro contra Bolsonaro, que ficaria com 7%. Na fatia que vota em Alckmin, 60% optariam pelo ex-governador do Ceará, e 26%, pelo candidato do PSL. Entre aqueles que preferem Marina, 59% escolheriam Ciro, e 20%, Jair Bolsonaro. A simulação de 2º turno entre Bolsonaro e Fernando Haddad segue polarizada, com continuidade do empate (41% a 41%), e 15% de votos em branco ou nulos, além de 2% indecisos. No levantamento anterior, o petista tinha 40%, e o candidato do PSL, 41%. Os eleitores de Ciro Gomes votariam majoritariamente do candidato do PT (65%), e 18% escolheriam seu adversário. Na fatia de eleitores de Alckmin, cerca de metade (47%) escolheriam Haddad contra Bolsonaro, que teria o voto de 30%. Entre os eleitores de Marina, 56% preferem o petista, e 20%, o deputado do PSL. Se o 2º turno fosse disputado entre Marina e o presidenciável do PSL, 42% votariam em Bolsonaro, ante 41% da adversária. Há ainda 16% que votariam em branco ou nulo, e 2% estão indecisos. Na semana passada, a candidata da rede aparecia numericamente à frente (43% a 39%).
Na disputa entre Alckmin e Bolsonaro, também há (40% a 39%), e uma parcela de 19% votaria em branco ou nulo, além de 2% que não responderam. No levantamento anterior, havia empate técnico no limite da margem de erro, com maior probabilidade do tucano estar à frente numericamente (41% a 37%). Em um eventual segundo turno entre Marina e Alckmin, 39% votariam no ex-governador de São Paulo, e 36%, na ex-senadora, resultado igual ao verificado na semana passada. Uma parcela de 24% votaria em branco ou nulo diante deste cenário, e 2% preferiram não opinar. O confronto Ciro e Alckmin mostra o pedetista à frente (41% a 34%), com vantagem similar à registrada no levantamento anterior (40% a 34%). A taxa de brancos ou nulos é de 22%, e há 2% sem opinião. Quando o adversário de Alckmin é Haddad, o tucano lidera com 39%, e o petista fica com 35% das intenções de voto. Brancos e nulos somam 24%, e 3% estão indecisos.
Na pesquisa da semana passada, ex-governador tinha 40%, ante 32% do presidenciável do PT. Num eventual segundo turno entre Haddad e Marina, há empate (37% a 37%), com 24% de votos e brancos ou nulos e 2% de indecisos. No levantamento anterior, a candidata da Rede aparecia à frente (39% a 34%). Se o adversário da ex-senadora fosse Ciro, o pedetista teria vantagem (45% a 31%), com 22% de votos em branco ou nulos, e 2% sem opinião. Na semana passada, essa distância era menor (44% a 32%). A disputa entre Ciro e Haddad traz o ex-governador do Ceará à frente (42% a 31%), e os demais votariam em branco ou nulo (25%) e 3% estão indecisos. Neste cenário, caiu a vantagem do candidato do PDT sobre seu adversário (eram 45% contra 27%).
Comentário do programa – Trocando em miúdos, para nos livrarmos de Bolsonaro e Haddad o caminho mais seguro é o voto em Ciro. No segundo turno Ciro ganharia de Bolsonaro por 45% a 39%. E ganharia de Haddad por 42% a 31%. (LGLM)