Procurador-geral do Trabalho critica fim do Ministério do Trabalho dizendo que isso trará ‘consequências graves’ (com comentário)

By | 10/11/2018 10:33 pm

 

 

 

O Procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, criticou, nesta quinta-feira (08), a decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro de extinguir o Ministério do Trabalho. Em sua avaliação, a medida deveria ser revista pela situação que o Brasil se encontra. “Ela pode trazer consequências econômicas bastante graves ao país”, disse.

 

Ronaldo Fleury alertou para o fato de que, com a ausência de uma fiscalização forte a respeito de direitos trabalhistas, haverá ‘fatalmente’ consequências econômicas para o Brasil. “Os países não vão querer associar seus nomes a um mercado que esteja contaminado com trabalho escravo e trabalho infantil”, disse. De acordo com o procurador, o Brasil hoje só não está nesta “lista suja” porque há uma política de combate. “É importante que o presidente eleito tenha essa sensibilidade”, defendeu.

 

Questionado sobre o fato de que o Ministério vem sofrendo críticas há vários anos, e até se tornou alvo de operações da Polícia Federal, o procurador afirmou que “não se resolve problemas de corrupção e até de ineficácia com a simples extinção, mas sim com a correção dos rumos”. Na avaliação de Fleury, ao extinguir um ministério e fatiá-lo, você diminui a efetividade. “Ou seja, não resolve um problema nem outro”, conclui.

 

O Procurador-geral do Trabalho também falou sobre os impactos da Reforma Trabalhista, que completa 1 ano no dia 11 de novembro. Segundo ele, na época da aprovação, os defensores da reforma falavam na criação de 5 milhões de vagas de emprego, mas não foi isso que aconteceu. “O que aconteceu nesse um ano vem a comprovar o que nós alertamos ao governo e ao Congresso: o que cria emprego não é a flexibilização da legislação e sim a retomada da economia”, afirmou.

 

Comentário do programa – O Procurador Geral do Trabalho não está defendendo causa própria. Ele comanda o Ministério Público do Trabalho, um órgão que participa da Justiça do Trabalho, fazendo o papel que o promotor faz na Justiça comum. O Ministério do Trabalho é um órgão administrativo pertencente ao Poder Executivo Federal. A defesa que o Procurador faz do Ministério do Trabalho é a defesa do interesse da sociedade. As funções desempenhadas pelo Ministério do Trabalho não deixarão de existir no caso de extinção do Ministério, mas se dividirão por outros ministérios onde continuarão a funcionar. Só que os trabalhadores perderão uma referência com que se acostumaram há 88 anos desde que foi criado o Ministério do Trabalho. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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