(Patos Online)
Em uma espécie de desabafo, o prefeito interino de Patos, Bonifácio Rocha (PPS), convocou a imprensa local, e disse umas verdades, a supostos perseguidores da gestão. Rocha falou em um “movimento” formado para desestabilizar a gestão.
O prefeito classificou de “espetáculo denigrente” para a cidade de Patos e para a Câmara Municipal, a sessão tumultuada realizada na noite anterior (29), onde por 8×7 os vereadores aceitaram a abertura de uma investigação contra sua pessoa, por suposta irregularidade praticada.
Em tom de desabafo, Bonifácio disse que a população de Patos pode ficar tranquila, pois não vai desviar nenhum tostão dos cofres públicos para aliciar vereador para votar a seu favor.
O gestor afirmou que não quer o poder, por querer. Está naquele posto por uma determinação da Justiça, mas que pretende cumpri-la com honestidade e fidelidade.
Comentário do programa – Os vereadores estão incomodados com a administração do prefeito interino, Bonifácio Rocha, desde o início. Primeiro, a administração municipal tinha um sem número de comissionados e contratados de indicação dos senhores vereadores. Pais, mães, filhos, irmãos, primos, sobrinhos, cabos-eleitorais e até assessores para problemas pessoais. Com a necessidade de cortar gastos, Bonifácio Rocha exonerou a uns e rescindiu contratos de outros. Isto tem incomodado a maioria dos vereadores, já que isto rendia milhares de reais para os grupos familiares. Segundo, há uma tradição que vem de longe, de “ajudas-de-custo” pagas diretamente aos senhores vereadores, que Bonifácio Rocha se nega terminantemente a pagar. Seria uma espécie de “mensalinho” que alguns dos vereadores insistem em querer receber. Este “mensalinho” seria um benefício difícil de provar porque geralmente é pago em espécie e não deixa “rastro”. Com relação, aos comissionados e contratados a eles vinculados basta verificar nas relações constantes das folhas de pagamentos e fazer a identificação de cada um deles. Alguns vereadores, em entrevistas na imprensa, já chegaram a fazer referência a estes parentes e aderentes que teriam sido exonerados ou que tiveram contratos rescindidos. Este é o motivo de uma insatisfação dos senhores vereadores que já data do período da administração de Dinaldinho, a ponto de alguns vereadores da base terem votado contra determinadas matérias do executivo como forma de retaliação. O processo que a Câmara estaria instaurando, apesar de ter um cidadão sem mandato como promovente, teria, segundo se comenta, irregularidades na sua promoção, contrariando o regimento interno da Câmara, como o prazo para uso da tribuna da Câmara por um cidadão comum, o que demonstra que há interesse dos senhores vereadores na promoção do afastamento dos dois administradores. Vale ressaltar que no caso de haver, como pretendem, o afastamento de Dinaldinho e de Bonifácio, terá que haver uma eleição para um prefeito com mandato tampão. Eleição direta se o afastamento acontecer até o final do ano e eleição indireta se o afastamento acontecer no próximo ano. No caso de eleição indireta, votam apenas os vereadores, o que seria para eles “mão-na-roda”. No caso de eleição direta, o TRE convocaria o eleitorado do município. Num caso como no outro, o presidente da Câmara assumiria até que se realizasse a eleição do prefeito tampão. Um detalhe notável do interesse da Câmara é que a comissão processante só tem vereadores que aprovaram a abertura da investigação. Nas redes sociais temos visto inúmeras manifestações de internautas defendendo a atual administração e o ocupante do cargo, inclusive chamando a atenção para o fato de que alguns dos que apoiaram a abertura do processo serviram a administradores de mandatos anteriores que não conseguiram terminar o mandato ou que enfrentam processos por improbidade administrativa, sem nunca terem se manifestado sobre o assunto. Não esqueçam os senhores vereadores de que eles pretendem julgar Dinaldinho e Bonifácio, mas o povo de Patos estará julgando os acusadores de hoje até as próximas eleições. E o julgamento não tem sido favorável. (LGLM)