Moro cria armadilhas para si mesmo ao defender Onyx em caso de caixa 2 (com comentário nosso)

By | 09/12/2018 6:04 am

 

Repasse pode ser investigado pela PF, que será subordinada ao novo ministro da Justiça

(Bruno Boghossian, na Folha)

 

Rigoroso sob a toga, Sergio Moro revela ser um político um pouco mais tolerante. O futuro ministro da Justiça emitiu um salvo-conduto para o colega de governo Onyx Lorenzoni nesta terça (4). O ex-juiz disse que o deputado, suspeito de ter recebido R$ 200 mil da JBS via caixa dois, tem sua “confiança pessoal”.

 

Moro fez a defesa de Onyx um dia depois que Edson Fachin determinou a abertura de um procedimento no STF para apurar o caso. Parte da investigação pode ficar com a Polícia Federal —que é subordinada exatamente ao seu Ministério da Justiça.

 

Na nova função, Moro deixou para trás as amarras que o impediam de fazer comentários públicos sobre casos em andamento. Mas o figurino de Brasília também exige cautelas e responsabilidades.

 

Há duas armadilhas nesse caso. O ex-juiz se tornou um corregedor do governo Jair Bolsonaro e afirmou que recomendará a demissão de ministros atingidos por denúncias consistentes. Se surgirem provas de que Onyx recebeu dinheiro ilegalmente, Moro será obrigado a desdizer sua “confiança pessoal” no colega.

 

A segunda arapuca está no constrangimento que seus comentários podem criar dentro da PF. Ao aceitar o convite de Bolsonaro, Moro declarou que o caso não era um problema porque Onyx “admitiu o erro, pediu desculpas e tomou providências para repará-lo”. Os agentes que passarem a investigar o caso se sentirão obrigados a concordar com o chefe?

 

No início do ano, Fernando Segovia foi demitido do comando da Polícia Federal depois de fazer comentários sobre o inquérito contra Michel Temer no caso dos portos. O então diretor-geral disse em uma entrevista que os indícios contra o presidente eram “muito frágeis”, antes mesmo que a apuração fosse concluída.

 

Moro promete rigor nas investigações contra políticos e pretende reforçar o grupo da PF responsável por inquéritos contra autoridades. Já que Onyx admitiu ter recebido ao menos um pagamento da JBS, o ex-juiz deveria evitar desgastes desnecessários e deixar o caso correr.

 

Comentário do programa –  Moro também precisa aprender a mesma lição do seu chefe Bolsonaro. ”Se é de dizer “merda”, é melhor calar”!

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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