(Vicente Conserva – Portal 40 Graus)
O presidente da Comissão Processante da Câmara Municipal de Patos, vereador Kleber Ramon da Silva (Ramon Pantera), relatou que o prefeito afastado Dinaldo Medeiros Wanderley Filho, recusou-se a assinar intimação da Comissão a fim de apresentar defesa na Casa na qual é investigado com base em cinco denúncias feitas pelo advogado Claudinor Lúcio e que os vereadores aceitaram abrir investigação contra o prefeito e seu vice Bonifácio Rocha que hoje responde pelo Município interinamente.
No documento publicado no Diário Oficial da Câmara, Ramon relata que o prefeito alegou que devido às medidas cautelares lhe impostas, ele não poderia receber a intimação.
Sendo notificado, o prefeito tem 10 dias para apresentar defesa prévia a Comissão.
O vereador relatou que foi ao encontro de seu advogado, mas este também não quis receber pedindo um prazo de 72 horas para se inteirar da denúncia.
Na terceira tentativa feita pelo presidente da Comissão, que é (era!)seu aliado (“grande amigo”), Dinaldo teria sido procurado na sua clínica, mas assim como antes, também não assinou a intimação.
A intimação foi então publicada em Diário Eletrônico para que dentro do tempo estipulado, o prefeito apresente sua defesa.
Dinaldo e Bonifácio estão sendo investigados pelos vereadores sob acusação de terem praticado crimes de improbidade administrativa, crime de responsabilidade e crime político-administrativo.
Caso a Comissão decida pelo prosseguimento da denúncia, o caso vai a plenário que terá um prazo de 180 dias para finalizar todo este processo.
Na sessão de análise, primeiro será votado o afastamento dos dois por um prazo de 180 dias. Caso seja aprovado, na sessão final de julgamento, o processo é todo lido, e tanto os vereadores como as defesas terão direito a falar.
Comentário do programa – É risível esta tentativa da Câmara de Vereadores de fazer de Sales Júnior, prefeito de Patos. Por sinal, segundo se comenta, já estariam até fazendo uma partilha de cargos. E um pretendente à presidência da Câmara fazendo planos para o futuro. Este processo tem pouquíssimas chances de prosperar. Contra Dinaldinho já correm dois processos na Justiça. Quem tem mais condições de investigar e apurar as pretensas faltas da administração dele? O Ministério Público ou os juristas da Câmara de Vereadores? Quem tem mais condições de julgá-lo, o Tribunal de Justiça ou a Câmara de Vereadores? A Justiça jamais se deixará ultrapassar por vereadores insatisfeitos por interesses próprios contrariados. Por outro lado, os proponentes do processo têm hoje apenas sete votos (já que perderam o voto de Dito), mais o provável voto de Sales, diretamente interessado em assumir o cargo de prefeito. Para cassar ou afastar Dinaldinho e Bonifácio eles precisariam de doze votos favoráveis, o que dificilmente conseguiriam. Podem até levar o processo até certo ponto, mas não conseguirão afastar em definitivo os dois administradores eleitos. E mesmo que conseguissem os doze votos, dificilmente o Tribunal de Justiça, manteria o afastamento, até que ele próprio decidisse as ações que existem contra Dinaldinho. Com relação a Bonifácio, dificilmente prosperarão as acusações que se lhe fazem, já que o atual prefeito tem como preocupação máxima não cometer deslizes que lhe empanem a sua história de vida. De tudo uma consequência. Os adversários do prefeito afastado e do prefeito interino, se teimarem com a sua iniciativa, só estarão demonstrando a intenção de pressionar Dinaldinho e Bonifácio. Com que intenções? Gente de esquerda, namora muito com a ideia de golpe, que esposaram desde o afastamento de Dilma e a prisão de Lula. Os vereadores estariam tentando dar um golpe. Mas para muita gente, por trás do processo, estaria uma tentativa de extorsão contra o atual prefeito, por conta das demissões e rescisões de contratos de apaniguados deles. Para não falar em outras ajudas financeiras de cujas faltas se queixam. Afinal as máscaras vão cair. A elogiar, a posição equilibrada da vereadora Nadirgerlane, que apesar de .formar na bancada da oposição, se absteve de votar.