(Painel da Folha)
A desarticulação interna pode ter liquidado as chances de o PSL integrar um bloco com força para ocupar espaços na Mesa Diretora da Câmara. A demora da sigla em iniciar conversas com Rodrigo Maia (DEM-RJ) —que age para se reeleger presidente da Casa— abriu espaço para que ele negociasse as principais vagas com outras legendas, fechando um grupo que, hoje, consegue entregar cerca de 250 votos. A meta é garantir 280, assegurando a vitória com ou sem o aval do partido de Jair Bolsonaro.
Para vencer a eleição do comando da Câmara no primeiro turno são necessários 257 votos. Na reunião que teve com Maia, parte da cúpula do PSL reivindicou uma vice-presidência e a coordenação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O democrata avisou que esses espaços já estavam reservados.
Mesmo com a articulação do bloco, Maia tem feito conversas individuais ou com até três parlamentares de cada partido, numa tentativa de fidelizar votos. Ele foi aconselhado por aliados a usar o mês de janeiro para viajar pelo país e manter a rotina de reuniões com as bancadas eleitas em cada estado.
Maia não descarta o risco de uma ofensiva de outros candidatos, estimulada inclusive pelo PSL. Mas integrantes do partido de Bolsonaro dizem que só uma ação direta do presidente eleito seria capaz de unificar o discurso e as ações da sigla —o que ele não parece disposto a fazer.