(Reynaldo Turollo Jr.,na Folha)
A Câmara de Meio Ambiente do Ministério Público Federal, ligada à PGR (Procuradoria-Geral da República), afirmou neste sábado (26) que o rompimento de uma barragem em Brumadinho (MG) não pode ser chamado de acidente, pois nos últimos anos houve alertas gerais sobre o problema.
“Não parece adequado se falar em acidente para a catástrofe de Brumadinho, na medida em que a acepção dessa palavra pressupõe o elemento da imprevisibilidade de maneira alguma aqui presente”, afirmou, em nota.
Segundo o órgão, um trabalho sobre barragens realizado desde 2016 identificou “fragilidade do marco regulatório, desestruturação dos órgãos de controle e falta de punição rápida e efetiva”, fatos que foram “exaustivamente expostos em inúmeras reuniões e eventos ocorridos com os órgãos públicos de controle bem como com representantes do Parlamento”.
“Infelizmente a legislação brasileira não foi aperfeiçoada no tema, os órgãos de fiscalização ambiental não receberam a devida valorização e estrutura e as sanções adequadas não foram aplicadas”, diz o texto.
A Câmara de Meio Ambiente afirmou que se solidariza com as vítimas e familiares e que trabalhará para uma apuração “célere e adequada, com o objetivo de minorar os danos ambientais e sociais, buscar a efetiva reparação e, ainda, a punição dos responsáveis”.
Comentário do programa – O número de mortos já ultrapassou os do desastre de Mariana, no ano passado, mas até agora não se sabem os números exatos de mortos já que além dos 34 encontrados mortos até a tarde de ganância das empresas mineradoras, mais preocupados com o lucro do que com a segurança dos seus empregados e das populações do entorno de cada mina. (LGLM)