O presidente da Câmara defendeu a formulação de um sistema híbrido, que garanta uma renda mínima ao contribuinte
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, avaliou que o novo modelo de capitalização previsto na reforma da Previdência (PEC 6/19) não será aprovado.
No texto encaminhado pelo governo, cada trabalhador terá uma conta individual na qual depositará suas contribuições e que também poderá receber contribuições dos empregadores. Maia sugeriu um sistema híbrido, que garanta uma renda mínima de até cinco ou seis salários mínimos. O sistema atual é de repartição, ou seja, independentemente do que foi contribuído, o trabalhador recebe o que foi definido em lei para o seu caso.
“Duvido que [o novo modelo] consiga assegurar seu sustento, porque a renda do brasileiro é baixa”, disse Maia. “Acho que a capitalização vai passar, mas em um sistema [híbrido] que garanta a obrigatoriedade da contribuição patronal, uma renda mínima”, continuou.
Comentário do programa – Uma das coisas mais perversas da reforma é o sistema de capitalização. Os chilenos que o digam. O sistema é um paraíso para os capitalistas que vão ganhar dinheiro com o dinheiro dos trabalhadores, e um inferno para estes que vão ter aposentadorias miseráveis, abaixo do salário como acontece no Chile. A obrigatoriedade da participação empresarial, é um atrativo para os empregadores que deixariam de contribuir para a Previdência, mas produziria aposentadorias cada vez mais baixas. Ministro da Economia já admite alterações no projeto de Reforma da Previdência, mas justamente na questão das aposentadorias rurais e do Benefício de Prestação Continuada (o BPC), ou benefício previdenciário. Não toca na questão da capitalização que é o paraíso dos capitalistas, inclusive dele próprio, Paulo Guedes, dono de um banco com administra o sistema no Chile e que quer introduzi-lo no país. Será capital para os empresários ganharem dinheiro às custas do trabalhador, restando, para este, aposentadorias miseráveis. (Luiz Gonzaga Lima de Morais)