Relator negocia com governo e deve tirar estados e municípios de reforma da Previdência (com comentário nosso)

By | 02/06/2019 5:17 am

 

Samuel Moreira encontrou-se nesta sexta (31) com integrantes do governo

(Thiago Resende, na Folha)

 

Após reunião com a equipe econômica do governo, o relator da reforma da Previdência, Samuel Moreira (PSDB-SP), passou a admitir excluir as mudanças nas regras de aposentadoria dos servidores estaduais e municipais.

 

Se a ideia prosperar, a reforma em tramitação no Congresso não teria efeito para estados e municípios.

 

Moreira, no entanto, estuda prever que governadores e prefeitos possam aprovar leis ordinárias, que depende de maioria simples, nos respectivos órgãos legislativos para aderir à reforma.

 

Assim, os critérios de aposentadorias dos servidores passariam a ser os mesmos do funcionalismo público federal, que continuará dentro do projeto que está no Congresso.

 

A ideia dele é que não haja prazo para que os governadores e prefeitos tenham que aprovar o projeto de lei ordinário. Moreira encontrou-se nesta sexta (31) com integrantes do governo.

Técnicos do Ministério da Economia argumentam que o sistema previdenciários dos estados e municípios também precisa ser reestruturado diante da crise nas contas públicas, mas a pressão no Congresso para derrubar esse item da reforma é grande.

 

Embora o déficit anual na Previdência dos estados esteja próximo de R$ 90 bilhões, deputados não querem ter o desgaste político em aprovar regras mais duras para que servidores estaduais —e também municipais— se aposentem.

 

Essa foi uma reação à campanha de governadores e prefeitos —especialmente da oposição ao presidente Jair Bolsonaro— contra a reforma da Previdência e a quem votasse a favor da proposta.

 

Por isso, deputados passaram a recusar a ideia de aprovar medidas impopulares que beneficiariam o ajuste nas contas de estados e municípios.

 

Esse movimento cresceu nas últimas semanas e, então, foram apresentadas emendas —sugestões de mudanças na proposta de Bolsonaro— para excluir servidores estaduais e municipais da reforma.

 

Integrante de um partido favorável à reestruturação da Previdência, Moreira não queria poupar os funcionários de estados e municípios do endurecimento das regras, pois ele considera grave o problema fiscal desses entes.

 

Mas o relator e a equipe econômica avaliam que, diante do cenário atual na Câmara, um texto mantendo esse item não deverá ser aprovado, prejudicando, assim, o ajuste nas contas da União.

 

Comentário do programa – Que os funcionários de Estados e municípios atentem para esta informação. Como sabem que as novas regras da Previdência não agradarão aos funcionários dos entes estaduais e municipais, senadores e deputados não querem arcar com o desgaste de aprovar as mudanças que eram previstas para funcionários federais, estaduais e municipais. Por isso, querem deixar os estaduais e municipais de fora da reforma que pretendem aprovar para os funcionários federais. Por outro lado, o relator da reforma do governo federal quer deixar, na reforma que pretendem aprovar, um dispositivo passando para deputados estaduais e vereadores a responsabilidade por atrelar as aposentadorias dos seus servidores às mudanças propostas para os servidores federais. Ou seja, senadores e deputados federais querem deixar para deputados estaduais e vereadores, junto com seus respectivos governadores e prefeitos a responsabilidade por uma reforma previdenciária que os atinjam também. Em outras palavras. Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores é que terão que decidir se a reforma previdenciária se aplica também aos funcionários de Estados e municípios. Elas é que terão que” descascar o abacaxi”. Se aprovarem a extensão da reforma para os seus níveis de governo, sofrerão o desgaste perante os seus eleitores. Se não aprovarem serão acusados amanhã de terem quebrado as respectivas previdências. A única brecha é que talvez não seja determinado um prazo para esta decisão por parte de Assembleias e Câmaras locais. Mas, quanto mais se demorar, mais a situação de quebradeira da maioria dos institutos estaduais e municipais se complicará. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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