(Jozivan Antero, no Patos Online)
Centenas de servidores públicos do Município de Patos lotaram o auditório da Associação Comercial e Industrial de Patos (ACIAP) na tarde desta sexta-feira, dia 04, em decorrência da revolta que tomou de conta dos trabalhadores diante dos cortes nos vencimentos promovidos pelo prefeito interino Ivanes Lacerda (MDB).
Os servidores foram convocados pelo Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Patos e Região (SINFEMP) logo após começaram a exigir do sindicato uma posição enérgica depois do recebimento dos contracheques com redução de R$ 40,00; R$ 70,00 e até R$ 500,00 nos valores de gratificações e outras conquistas garantidas em lei.
Na assembleia, várias categorias relataram redução nos contracheques e também cobraram regularização do pagamento por parte da Prefeitura Municipal de Patos que vem, constantemente, atrasando salários que antes eram pagos dentro do mês trabalhado.
Os servidores aprovaram por unanimidade declarar caráter de greve, paralisação na próxima quarta-feira, dia 09, caminhada na quarta em protesto as medidas tomadas pelo prefeito interino Ivanes Lacerda, além de nova assembleia na próxima sexta-feira, dia 11, para apresentar deliberação ou não de greve por tempo indeterminado.
Carminha Soares, presidente do SINFEMP, relatou que o prefeito interino Ivanes Lacerda é desconhecedor das leis municipais, pois ignorou leis aprovadas pelo próprio interino quando no exercício de vereador. A presidente também denunciou irregularidades nos descontos feitos nos vencimentos dos servidores. O vice-presidente do SINFEMP, José Gonçalves, não descartou acionar a justiça para que a lei da gratificação seja respeitada. O prefeito interino também reduziu o adicional noturno presente nos vencimentos.
Comentário nosso – Em contato que mantivemos com representantes da administração fomos informados de que as gratificações garantidas por lei estão sendo mantidas e se houve alguma que foi retirada será reposta. Há além destas dois tipos de gratificação. Uma delas são concedidas graciosamente sem nenhuma base legal e estas não serão repostas. Um outro tipo, chamada de código 41, são concedidas por lei, mas estão sujeitas à discricionariedade do gestor, ou seja ele é quem decide quando dá e quando retira. Essas, diante das dificuldades financeiras, ele decidiu retirar podendo concedê-las posteriormente quando julgar oportuno. Com relação a estes dois tipos não adianta recorrer à Justiça.
De qualquer maneira, entendemos que uma greve agora é inoportuna, diante da grave situação financeira por que passa o município. Nem vai obrigar a administração a pagar o que não pode, num momento em que é feito todo esforço para pelo menos pagar o salário em dia. Diante disso, uma greve só vai prejudicar a população, principalmente a mais carente, privando-a de serviços essenciais. Fazer greve agora é irresponsabilidade. O prefeito não está perseguindo o funcionalismo, está tomando medidas que são imprescindíveis para o saneamento das finanças do município. E há gente tentando usar o funcionalismo como “massa de manobra”, preparando o terreno para futuras candidaturas a cargos eletivos. Ou querendo uma “boquinha” na administração. (LGLM)