‘Eu não sou o ator principal deste filme’, diz Mourão (seguida de comentário nosso)

By | 17/11/2019 8:34 am

 

(Lígia Formenti, no Estadão)

O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou não ver problemas se ficar fora da chapa do presidente Jair Bolsonaro numa eventual disputa à reeleição, em 2022. Sob o argumento de que ainda há um longo período de governo e uma série de tarefas a cumprir, o general avalia ser cedo para essa discussão.

“Quando chegar lá, em 2022, se o presidente precisar de mim, ele sabe que conta comigo como um soldado da visão de país que ele tem. Se não precisar, muito bem também. Não tem problemas quanto a isso”, disse Mourão ao Estado. O vice procurou mostrar alinhamento a Bolsonaro ao afirmar que a palavra final é sempre do presidente. “Eu não sou o ator principal deste filme”.

A entrevista foi concedida um dia depois de vir à tona uma conversa de Bolsonaro em reunião com deputados do PSL, na última terça-feira, para anunciar a saída do partido e a criação de uma sigla batizada de “Aliança pelo Brasil”. No encontro, Bolsonaro teria dito que preferia o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL- RJ) como seu vice, e não Mourão.

O general contou ter ouvido de participantes do encontro que o diálogo não foi assim e afirmou não ter motivos para mágoas. “Na minha idade, aos 66, são outras coisas que me chateiam”, comentou o vice.

O sr. formaria uma chapa novamente com o presidente, em 2022?

Estamos em 2019. Temos de resolver uma porção de problemas, colocar a nossa economia de volta numa situação de recuperação, cuidar da segurança. Temos uma série de tarefas. Não é hora de estar pensando nisso e não estou pensando. Não tenho ambições políticas, nunca tive. Eu, única e exclusivamente, estou aqui para cooperar com um projeto liderado pelo presidente Bolsonaro.

Embora o sr. diga que é cedo, há alguma perspectiva de sua participação na chapa?

Vamos aguardar. Quando chegar lá, em 2022, se o presidente precisar de mim… Ele sabe que conta comigo como um soldado da visão de país que ele tem. Se não precisar, muito bem também. Não tem problemas quanto a isso

O presidente ouve o sr.? Como está sua relação com o presidente?

Nossa relação é dentro daquilo que é um presidente e um vice-presidente: quando ele precisa da minha opinião, me consulta. Se minha opinião ele considera válida, ótimo. Se não considera, isso faz parte de qualquer processo decisório.

Ele acata?

Quando julgo que as coisas têm de ser colocadas de uma forma mais organizada, eu vou lá e falo com ele. Agora, decisões do presidente são decisões do presidente. A partir do momento em que ele decide, estou 100% com ele.

Comentário nosso – O vice Mourão é, a nosso ver, um ponto de equilíbrio dentro do Governo Bolsonaro. Se ele fosse o termômetro do Governo, talvez Bolsonaro dissesse menos besteira. O problema é que o “entorno” de Bolsonaro acha que Mourão é uma “sombra” ao lado o presidente, ameaçando ofuscá-lo. Moura é uma prova de que há militares inteligentes e equilibrados, o que talvez não seja o caso de Bolsonaro, que é um “Brucutu” que quer atropelar quem estiver em sua frente. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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