UMA POR DIA… Asseguro a mim mesmo o direito de não me calar* (12/11/2019) (Veja também o nosso comentário)

By | 17/11/2019 9:13 am

 

Na tentativa de reduzir o desemprego no País, o governo Bolsonaro lançou, esta semana, um pacote de medidas que incentiva a contratação de pessoas entre 18 e 29 anos de idade, no período de 1º de janeiro de 2020 a 31 de dezembro de 2022.

 

Porém, a Medida Provisória 905/19 que institui o Contrato de Trabalho Verde e Amarelo, precisa ser melhor explicada. Por exemplo: o que é que tem a ver acabar com o registro profissional de algumas categorias, como: jornalistas, radialistas, publicitários, dentre outras, com retomada ou estimulo de novos empregos?

 

Como se já não bastasse o Supremo Tribunal Federal (STF) ter derrubado, em 2009, a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, agora vem essa medida provisória, rebaixando-nos ainda mais, pois é, justamente, o registro profissional que nos habilita a atuar no mercado de trabalho, em conformidade com as leis Federais.

 

A construção do conhecimento não é o cerne desse artigo, pois sabemos que “é preciso recomeçar a viagem sempre”, mas lutar por nossos direitos adquiridos, denunciando o que é imoral.

 

Admiro o conhecimento tácito, entretanto é na universidade onde se absorve as noções necessárias à formação profissional, pois ali residem as lições não apenas teóricas, técnicas e práticas, mas também as que nos conduzem a um comportamento ético, diante de conflitos sociais e tomadas de decisões responsáveis.

 

E, se já rasgaram esse diploma, agora querem tirar a nossa legitimidade promovendo ainda mais a precarização da profissão, numa demonstração de revanchismo e autoritarismo.

 

Não falo em capacidade, mas cobro valorização e reconhecimento que passam, necessariamente, pelo respeito a essas categorias que são imprescindíveis para o estado democrático de direito… – E ao invés de repudiar, veementemente, quaisquer violações às garantias trabalhistas fazem é apontar as suas armas contra a liberdade de imprensa.

 

Por quanto o meu dever for a verdade, asseguro a mim mesmo o direito de não me calar.

 

Misael Nóbrega de Sousa*

 

Comentário nosso – Concordo integralmente com o colega Misael Nóbrega. Ainda bem que ainda há empresários da imprensa conscientes da importância da formação profissional e que darão preferência, na hora de contratar, àquele que tenha uma formação profissional que garanta a boa qualidade do seu produto, seja jornal, rádio, televisão ou qualquer outra mídia social. Da qualidade dos jornalistas depende a credibilidade e a qualidade do seu produto. A nova lei dispensa a exigência de diploma, mas o bom senso prevalecerá, e os empresários conscientes continuarão a procurar o profissional mais competente. Mas de qualquer maneira, ficou uma “porta aberta” para os “picaretas”, os aproveitadores e os oportunistas. Talvez interesse a Bolsonaro que estes pululem na imprensa e nas redes sociais. (LGLM)

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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