Percepção é que, aprovada a reforma da Previdência, chegou a hora de segurar projetos considerados impopulares
(Talita Fernandes e Bernardo Caram, na Folha)
A ala política do Palácio do Planalto travou a apresentação da reforma administrativa neste ano. O projeto altera as regras de contratação e remuneração de servidores públicos de todo o país.
Após divergências entre a equipe econômica e o núcleo político, o governo de Jair Bolsonaro decidiu adiar para 2020 o envio da proposta ao Congresso.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi vencido pelo grupo político, formado pelo próprio Bolsonaro, e com forte influência do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Originalmente, o desejo de Guedes era dar início à tramitação do projeto que porá fim à estabilidade dos servidores públicos ainda neste ano.
Inicialmente, as medidas seriam apresentadas ao mesmo tempo do pacote do Pacto Federativo, no início deste mês. Depois, chegou a ser anunciado o envio para a semana do dia 12 e, em seguida, novamente adiado para a terça-feira passada (19).
Agora, de acordo com o porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro ordenou que sejam ampliadas as análises sobre o projeto. E isso oficialmente adiará a entrega do pacote para o próximo ano.
“O presidente determinou estudos mais aprofundados sobre esse tema. Por consequência, não deverá ser tratado neste ano”, afirmou Rêgo Barros à Folha.
Comentário nosso – Por que o medo do governo de mandar este projeto de reforma administrativa agora para a discussão no Congresso? Certamente por que a reforma não tem nada de bom para o funcionalismo público. O que não será novidade, pois nada de bom pode se esperar deste Governo que só visa tirar direitos dos trabalhadores. (LGLM)