(Carta Capital)
Mais de 2 mil jovens de 120 países confirmaram até agora a participação no encontro Economia de Francisco, de 26 a 28 de março de 2020 na cidade de Assis, Itália. Convocada pelo papa e estruturada com o auxílio do economista americano Joseph Stiglitz, a iniciativa conta com apoio do indiano Amartya Sen, ambos vencedores do Prêmio Nobel. A reunião pretende repensar, debater e buscar novos rumos para a economia mundial, hoje dedicada de modo quase exclusivo aos interesses de maximização dos lucros de empresas e de poucos indivíduos, de modo a direcioná-la para a proteção da maioria e do meio ambiente. As atividades preparatórias no Brasil incluíram um encontro com cerca de 500 interessados no fim de novembro, na PUC de São Paulo. O País terá 30 representantes vinculados a diferentes experiências.
Inovador no conteúdo e no formato, o encontro pretende debater experiências e promover rodas de conversa em substituição às tradicionais exposições de papers e mesas-redondas. A liderança caberá a jovens de até 35 anos, entre acadêmicos, agentes comunitários e empreendedores. A iniciativa floresceu em maio, quando o papa e Stiglitz comprometeram-se a trabalhar em conjunto para promover globalmente uma “economia social” que “olha para o futuro com a voz dos jovens em mente”.
Os dois advertiram sobre os problemas de certas formas de economia de mercado que incentivam o comportamento individualista e invertem papéis. “É necessário aprofundar as discussões sobre questões sociais e as mudanças geradas pela globalização nas sociedades, bem como pensar em ideias concretas sobre o que devemos fazer para a tecnologia e os mercados servirem à humanidade, e não o contrário”, propôs Stiglitz. É fundamental, alertou, “trabalhar na educação de sistemas alternativos que não adoram dinheiro. Temos de tentar desenvolver programas e estudos sobre o conceito de economia circular, que contribuam para uma educação que esteja ciente dos limites do meio ambiente e que ensine a devolver ao ambiente o que é retirado dele”.
Comentário nosso – A discussão é muito oportuna. O capitalismo promoveu o progresso da humanidade, mas tornou mais agudas as injustiças sociais. A ganância do,lucro prejudica os direitos dos trabalhadores. Por outro lado, a prática do socialismo desandou também para o totalitarismo e comprometeu a independência dos trabalhadores. Vamos esperar que a discussão incentivada pelo Papa Francisco descubra novos caminhos que incentivem o progresso sem comprometer os direitos sociais. (LGLM)