(Blog de Helder Moura)
São cada vez mais fortes os rumores de que, em sua delação premiada, o ex-secretário Ivan Burity teria se reportado ao pagamento de “incentivo” pecuniário para um ministro de um dos tribunais superiores em Brasília. O articulador da operação seria, ainda de acordo com essas especulações, o ex-procurador Gilberto Carneiro, preso, há poucos dias, na Operação Calvário 7.
O ministro teria tido seus serviços “contratados” para agir no âmbito de uma operação destinada a salvar o mandato do então governador Ricardo Coutinho. Como se sabe, todas as Aijes julgadas pelo Tribunal Regional Eleitoral subiram para o Tribunal Superior Eleitoral e, pelo menos duas delas (Fiscal e PBPrev) já foram apreciadas pela corte em Brasília. A mais recente delas é, como sabemos, a Aije do Empreender.
O nome do pretenso ministro é, até o momento, um mistério.
Julgamentos – Em 24 de março de 2018, o TSE rejeitou o pedido de cassação, por maioria de 4 a 3 votos. O relator foi o ministro Napoleão Nunes Maia, que foi favorável ao ex-governador Ricardo Coutinho. Votaram contra os ministros Luiz Fux, Roberto Barroso e (parcialmente) Rosa Weber.
Este ano, o ministro Napoleão, em decisão monocrática, decidiu arquivar a Aije da PBPrev, apesar de parecer do Ministério Público Eleitoral pela cassação e inelegibilidade de Ricardo Coutinho. O MPE pediu uma nova votação da Aije no plenário do TSE. O relator, agora, é o ministro Og Fernandes.
Comentário nosso – Por ironia do destino, Ricardo foi preso na madrugada da sexta-feira pela Polícia Federal, submeteu-se a uma audiência de custódia, mas já conseguiu neste sábado um Habeas Corpus que determinou a sua soltura. O Habeas Corpus foi concedido pelo ministro Napoleão Nunes Maia, que teria herdado a relatoria depois que o presidente do STJ se declarou suspeito ou impedido, segundo informações deste sábado na imprensa estadual. No Ceará, o ministro é acusado por seus desafetos de vendedor de sentenças. (LGLM)