“Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão” (veja comentário no final da matéria)

By | 19/01/2020 6:55 am

 

(Misael Nóbrega de Sousa, publicada no Patos Online)

 

Êita Paraíba ‘véia’ diferente. Agora viciou. Todo domingo ‘tá’ no Fantástico. Só falta pedir música. Eu até arriscaria originais do samba: “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão, se gritar pega ladrão. Não, não fica um […]”

 

Será que estou cometendo alguma parcialidade com essa generalização? Pode até ser, mas a honestidade é via de regra, não exceção. E, principalmente, na política, onde o dinheiro “suado” dos impostos é para ser revertido em benefícios para quem mais precisa e não para acabar no bolso (ou na cueca) de políticos corruptos.

 

Neste dia 12 de janeiro foi veiculada uma reportagem no programa dominical da Rede Globo de televisão, onde vimos assessores recebendo vantagens ilícitas, em nome do deputado Wilson Santiago (PTB), investigado na Operação pés de Barro, pela Polícia Federal.

 

A “propina” seria decorrente do superfaturamento da “adutora Capivara”, em Uiraúna-PB, cujo prefeito, João Bosco Fernandes, que está preso e licenciado do cargo, também estaria envolvido. Em um trecho do vídeo, o delator diz de forma audível: “O dinheiro é destinado ao portador do deputado Federal Wilson Santiago”.

 

Dos R$ 24 milhões, previstos para a construção da obra, o governo federal repassou ao município de Uiraúna, sertão da Paraíba, algo em torno de R$ 17 milhões de reais. Destes, a Coenco – Construções, Empreendimentos e comercio LTDA, pagou mais de R$ 1 milhão de reais em “propina”, para vencer a licitação de forma fraudulenta.

 

A defesa de Wilson Santiago, que está afastado de suas funções legislativas pelo Congresso, diz que ele nunca recebeu dinheiro indevidamente e que o empreiteiro George Barbosa estaria fazendo essas acusações para se beneficiar da delação premiada.

 

Está previsto expressamente no artigo 5º da Constituição Federal, que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

 

Convenhamos, a sociedade quer apenas que se faça justiça e que a lei puna os crimes de colarinho branco com a mesma destreza e rigor que o faz quando se trata de julgar os pobres e negros deste desarrazoado país. Enquanto isso, vamos ensaiando porque domingo que vem tem mais. E deixa a polícia trabalhar!

 

“[…] Você me chamou para esse pagode e me avisou aqui não tem pobre até me pediu pra pisar de mansinho porque sou da cor, eu sou escurinho… Aqui realmente está toda nata: doutores, senhores até magnata […] Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão, se gritar pega ladrão. Não, não fica um […]”.

 

Comentário nosso – Infelizmente é a imagem que o Brasil tem nestes dias da pequenina e guerreira Paraíba. Claro que muitos dos denunciados terminarão absolvidos por insuficiência de provas, mas a suspeita continuará generalizada em relação a maioria deles. “Quem mora na aldeia conhece seus caboclos”. Como pode um deputado que não herdou dos pais ainda vivos, não tirou na loteria, não arrancou botija, não participou de inventário de sogros, pode ostentar um padrão de vida de rico? Só com o salário de deputado? Ou o que dizer de um outro que entrou na política sem patrimônio, tem hoje patrimônio de milhões? (LGLM)

 

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Category: Opinião

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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