Morreu na última quarta-feira, 22/01, a professora municipal aposentada Teresinha da Silva, de 70 anos, residente na rua do Prado, no centro de Patos. Teresinha, que era muito conhecida em Patos, foi professora em muitas escolas municipais e também atuou por muitos anos na Escola Estadual Rio Branco.
A jornalista Neuman Oliveira homenageia Terezinha Silva
Hoje a minha rua da cidade onde moro desde criança, aquela época era criança mesmo. Tinha uma vizinha chamada Teresinha Crescemos juntas mesmo como se chama aqui no sertão, casas lado a lado, pareia. (Paredes meia) Quando chegou o tempo que se tinha de responsabilizar pelas suas vidas. TERESINHA nunca saiu da casa de seus país.
Eu fui embora, atrás de meus objetivos. Só voltei 17 anos depois. Continuamos morando na mesma rua, só com distância de casas. Voltei formada e profissional. Procurei minha amiga. Uma família numerosa. Vivendo todos morando num bar perto da minha casa. Teresinha na mesma. Queria estudar, não tinha como. Aos poucos consegui que ela fizesse vestibular para Francisco Mascarenhas. Durou quatro anos seu curso. E depois. o emprego.
Como eu tinha assessorado a campanha para uma grande mulher, que se elegeu, e me presenteou com direção, sem muitas dificuldades coloquei minha amiga no Rio Branco, onde eu já sabia que ela dava aulas, não sei bem se pela prefeitura. Passamos a morar mais distantes, porém na mesma rua. Rapidamente se passaram 25 anos e ela se aposentou. Tomou conta de todos os problemas da casa. Cuidou dos pais até morrerem e passou a orientar os sobrinhos.
Naturalmente que éramos uma confidente da outra. Quantos segredos, e quanta coisa que só nós duas sabíamos. De um ano para cá ela esteve doente, e como fazia 40 anos que fumava, foi constatado um imperdoável câncer de pulmão. Ela não decaiu facilmente. Só agora há pouco, apresenta uma pneumonia.
Ela perdeu a audição e tinha dificuldade em falar. Faltava-lhe o ar. A última vez que estive com ela, falei e ela fez gesto que não estava podendo falar, e mandou beijos. Aquilo me revoltou e comecei a chorar. Choramos nós duas. Prometi a mim mesmo que não iria mais lá. Com dois dias ela se foi, e voltou inerte., A Nossa rua “Flor do Prado” que tinha um significado tão lindo com suas pétalas azuis, deram-lhe como apelido.
Voltou daquela viagem com suas pétalas despedaçadas. Não fui. Chorei muito no longo deste dia, e não irei. Guardarei dela o sorriso e a alegria de viver, e de ter guardado em seu coração um nome “EXPEDITO”. Só se enterrará amanhã, mas esta hora conhecendo como a conhecia, posso dizer que desde as primeiras horas de hoje tornou-se um ANJOS de DEUS… Adeus amiga um dia haveremos de nos encontrar., Flor do Prado. Esta rua jamais será a mesma. Faltará a sua alegria.
Comentário nosso – Terezinha era realmente esta alegria de que nos fala a colega Neuman Oliveira. Tão antiga no jornalismo quanto eu, se não for mais antiga. Como a postagem foi feita no Facebook, tomei a liberdade de publicar aqui no programa, como uma forma de homenagem, minha e dela, a esta pessoa, que era a própria alegria. Nunca a vi triste. (LGLM)..