Paulo Guedes compara funcionário público a ‘parasita’ ao defender reforma administrativa (veja comentário no final da matéria)

By | 09/02/2020 5:38 am

 

(Daniel Silveira, G1) 

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, comparou funcionários públicos a “parasitas” ao comentar, nesta sexta-feira (7), as reformas administrativas pretendidas pelo governo federal. Segundo ele, as propostas referentes ao tema serão enviadas ao Congresso na próxima semana.

 

Guedes criticou o reajuste anual dos salários dos servidores que, segundo ele, já têm como privilégio a estabilidade no emprego e “aposentadoria generosa”. O ministro argumentou que a máquina pública, nas três esferas de governo, não se sustenta financeiramente por questões fiscais e, por isso, a carreira do funcionalismo precisa ser revista.

 

A declaração foi dada pelo ministro em palestra na Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV EPGE) no encerramento de um seminário sobre o Pacto Federativo.

 

Segundo o ministro, sua crítica é compartilhada pelos brasileiros. “A população não quer isso [reajuste automático do funcionalismo público]. 88% da população brasileira é a favor, inclusive, de demissão no funcionalismo público”, disse.

 

Paulo Guedes se referiu a uma pesquisa Datafolha, divulgada em janeiro, que apontava que, para 88% dos entrevistados, o funcionário público que não faz um bom serviço deve ser demitido.

 

“Nos Estados Unidos ficam quatro, cinco anos sem dar reajuste e quando dá todo mundo fica ‘oh, muito obrigado’. Aqui o cara é obrigado a dar [reajuste] porque está carimbado e ainda leva xingamento, ovo, não pode andar de avião”, continuou o ministro.

 

Guedes afirmou que o texto da reforma administrativa será apresentado na próxima semana à Câmara dos Deputados. Segundo ele, é grande a expectativa do governo de rápida tramitação.

 

“O clima no Congresso é extremamente favorável [à reforma administrativa], ao contrário do nosso clima no ano passado quando nós chegamos com a Reforma da Previdência”, disse.

 

Já a reforma tributária, que está sendo desenhada pelo Executivo, “é um pouco mais complexa”, segundo o ministro. Ele destacou que ela deverá ser apresentada a um comitê conjunto, formado entre Câmara e Senado.

 

Comentário nosso – O Ministro comete uma injustiça ao dizer que o funcionário público é um parasita. Afinal esta “porcaria” só funciona por conta da dedicação da maioria dos funcionários públicos. Existem maus funcionários, como existem maus médicos, engenheiros displicentes, enfermeiros que tratam mal e assim por diante. E existem ministros incompetentes. Mas em toda categoria os maus profissionais são uma minoria. Embora tenha governos onde só se faz “merda”.

 

No caso dos maus funcionários, a solução está prevista não Constituição, só falta os deputados e senadores criarem vergonha e regulamentarem um processo de avaliação que puna, até com a demissão, os maus funcionários.

 

Com relação aos reajustes salariais ele comete outra injustiça. Por que outras categorias profissionais, das mais baixas aos altos tribunais, têm reajustes salariais e os funcionários públicos não deveriam ter. Se há inflação tem que haver um meio de fazer justiça a quem perdeu poder aquisitivo. E este meio é o reajuste. Que se crie uma metodologia como se criou para o salário mínimo, reajustando automaticamente os vencimentos e subsídios. Há vários anos que os funcionários federais quando têm reajuste é de um por cento, enquanto isso a inflação é quatro ou cinco vezes maior do que isso. Admito que não haja ganhos salariais, mas que se corrija, pelo menos, as perdas para a inflação.

 

Nos Estados Unidos existe uma economia estável, sem inflação, por isso ninguém briga por reajuste. E a discussão por aumento é feita na própria empresa, com base na experiência e produtividade do empregado. Lá eles têm uma cultura bem diferente da nossa. O bom empregado é valorizado. (LGLM)

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Category: Destaques

About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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