(Luiz Gonzaga Lima de Morais)
É uma longa história. Há quase cinquenta anos, sonhamos com este programa. E começamos a fazê-lo em 1972. Com um feitio parecido com de hoje. Fazendo um resumo dos fatos mais importantes que haviam acontecido durante a semana e comentando estes fatos, com a maior independência e imparcialidade possível.
A ideia do programa fora discutida com o nosso saudoso amigo e companheiro Virgílio Trindade que gostou da ideia e nos sugeriu o nome do programa e a característica ou fundo musical que usaríamos. A música Bom Tempo de Chico Buarque de Holanda, tocada pelo Conjunto Milton Banana Trio.
Empolgados começamos o programa. Mas, no ano seguinte, 1973, passamos cerca de seis meses no Rio de Janeiro, participando de um treinamento para o qual fora selecionado em concurso nacional para ser programador/operador de computador do Banco do Brasil, onde trabalhávamos desde 1967. Por conta deste curso, fomos transferidos para Recife, onde chegamos no início de 1974.
A ida para Recife nos impediu de continuarmos a fazer o programa, numa época em que as comunicações eram muito difíceis. Não tínhamos como vir toda semana fazer o programa e teríamos dificuldades para gravar o programa e mandá-lo para cá.
Com o gosto que tomara pela “notícia” aproveitei os quase seis anos que residi em Recife para fazer o curso de Jornalismo, na Universidade Católica de Pernambuco. Passei em primeiro lugar no vestibular e encarei as dificuldades de estudar de noite e sair da faculdade direto para o Banco do Brasil onde trabalhava de meia noite às sete horas da manhã.
Terminei o curso em 1978 e em 1979 fui transferido para trabalhar na nova agência do Banco em Teixeira, voltando a morar em Patos. Como sempre, voltei a colaborar com a Rádio Espinharas, fazendo transmissões externas e participando da equipe esportiva, chegando a “quebrar um galho” como comentarista esportivo, numa época em que Virgílio e Nestor, nossos comentaristas, foram treinar Nacional e Esporte. Aqui comecei a pensar em voltar a fazer a Revista da Semana.
No primeiro domingo de março de 1980 anunciei que voltaria a fazer o programa, agora com a experiência adquirida no curso de jornalismo. O primeiro programa aconteceu no segundo domingo de março, de modo que este segundo domingo de março, a cada ano considero o aniversário do programa.
E aqui estamos nós, quarenta anos depois fazendo o programa. Ininterruptamente, só deixando de fazê-lo, nos domingos de carnaval, de Páscoa e de eleições.
A partir de 1983, durante cerca de seis anos, época em que voltei a trabalhar e morar em Recife, continuei a fazer o programa gravando-o nos estúdios da Rádio Jornal do Comércio, com um operador chamado Peba, e remetendo a gravação pela empresa Boa Esperança, que vinha de Recife e ia até Iguatu no Ceará.
De 1989 a 1996 voltei a morar em Patos e a fazer o programa ao vivo, mesmo tendo que ir para Patos nos finais de semana, de 1994 a 1997, enquanto trabalhava em João Pessoa, onde fui morar definitivamente em 1997. De lá para cá, tenho gravado o programa em casa e mandado para a emissora. Neste período gravei em fita cassete, em cartucho, em mini–cartucho em micro-cd, em cd, mandando as gravações inicialmente pela Transparaíba, depois pela Guanabara até uns cinco anos atrás, quando passei a gravar e a mandar pela internet.
Milhares de amigos têm me escutado nestes quarenta anos. Muitos infelizmente cumpriram sua jornada na terra e já não me escutam mais, pelo menos no plano terreno. Mas aqui acolá um ouvinte mais jovem me diz, que começou a me ouvir com o seu avô ou com a sua avó e me ouve até hoje. Aos que me escutam desde o começo e são muitos, e aos que foram aderindo à nossa audiência ao longo destes quarenta anos muito obrigado.
Dezenas de empresas e entidades têm apoiado financeiramente a realização do programa através de patrocínios ou de publicidades avulsas. Alguns há quase trinta anos. A eles só tenho que agradecer
Dezenas de companheiros na Espinharas têm colaborado comigo, seja repassando informações, seja garantindo a qualidade do som de cada domingo. Um dos colaboradores externos me mantém informado do que acontece em Patos e região, mesmo quando estou fora. A eles só tenho que expressar meus agradecimentos por manterem a mim e ao programa, devidamente, atualizados.
Aqui um reparo. Por quatro vezes tive que me afastar temporiamente do programa, por imposição legal. Nas duas vezes em que fui candidato a vereador e durante duas candidaturas a deputado estadual. Este ano devo me afastar algum tempo antes das eleições, pois pretendo ser mais uma vez candidato a vereador. Depois das eleições voltaremos a estar juntos, até quando Deus me permitir. Esta é a minha cachaça semanal e vou continuar a tomá-la.
Aos ouvintes, aos patrocinadores, aos colaboradores externos e da emissora o meu muito obrigado. Não vou citar nomes para não cometer injustiças.
À Fundação Cultural Nossa Senhora da Guia, aos quatro bispos destes quarenta anos, aos vários diretores e gerentes que por aqui passaram, muito obrigado pela confiança, pelo apoio e pela independência de que permitiram que eu usufruísse para fazer este programa. Podem até não concordar com muitas das minhas posições, mas respeitam o meu direito de defendê-las.
Considerado o decano dos jornalistas patoenses, acho que sou o mais antigo em atividade na região e com o mesmo programa, horário e emissora.
A todos, muito obrigado e vamos continuar juntos, enquanto Deus nos permitir. (LGLM)