Um infarto nos roubou esta semana um dos maiores cantadores vivos, Valdir Telles. Homem simples mas de uma capacidade de improviso e de conhecimento geral que fazia dele um dos maiores em atividade na região Nordestina.
O poeta Lola, com quem temos feito ao longo dos últimos trinta anos a maioria dos festivais de cantadores realizados em Patos, me mandou alguns dados sobre o grande poeta, que queremos homenagear aqui.
Diz Lola em seu depoimento: “Faz 32 anos que promovo em Patos e região totalizando 128 encontros. Desses Valdir participou em 87 e venceu 55. Dos 36 acontecidos em Patos participou de 25 e venceu 17. Valdir antes de cantar era fotógrafo, tendo nascido no sítio Paus Brancos município de Livramento. A dupla Moacir Laurentino e Sebastião da Silva o encontrou no estado da Bahia, de onde o trouxeram para Patos e conseguiram com Mucio Satyro um programa pra o mesmo na rádio Paraty na companhia de Zé Gomes. No primeiro governo de Sávio Torres em Tuparetama (PE), Valdir foi secretário de Cultura. Valdir deixa viúva dona Elza Telles e os filhos: Gauderize, juiz em São Paulo, Glaubenio, funcionário de uma empresa no Maranhão e a poetisa e advogada Mariana Telles. De outro relacionamento Valdir era pai de Edilza e todos se davam muito bem como irmãos e amigos. Um dos festivais mais emocionantes em Patos foi o do ano da morte de Paulo Porto e Valdir discorreu sobre a morte dele e ganhou primeiro lugar com Severino Ferreira.”
Comentário nosso – E Valdir Telles sempre “encantava” com seus improvisos cheios de conteúdo os amantes da cantoria de viola, entre os quais nos incluímos. Os troféus que acumulou sem fizeram justiça à sua capacidade poética e ao seu conhecimento da vida e do mundo. (LGLM)
Ouçamo-lo em dois versos sobre o coronavirus feitos a poucos dias de sua morte.