O empresário João Claudino Fernandes, co-fundador do Grupo Claudino, conglomerado empresarial com sede em Teresina (PI), faleceu nesta sexta-feira (24), aos 89 anos. Ao longo de mais de 50 anos, fundou mais de 10 empresas, empregando mais de 17 mil funcionários.
João Claudino nasceu em Luís Gomes, Rio Grande do Norte, no dia 21 de junho de 1930. Filho de João Claudino Sobrinho e Francisca Fernandes Moreira Claudino, casou-se com Maria Socorro de Macêdo Claudino e teve cinco filhos: João Vicente, Cláudia Maria, João Júnior, Alayde Christine e João Marcello.
Iniciou no ramo comercial em 1949, quando o pai lhe arrendou um pequeno comércio em Cajazeiras (PB): A Guanabara do Sertão. Em 1954, a mercearia foi vendida, e João Claudino foi trabalhar com o pai, fazendo parte da firma. A partir de 1966, quando a sociedade com o pai se desfez, tornou-se sócio do irmão, Valdecy Claudino.
João Claudino chegou a Teresina só em 1968, e logo instalou a primeira matriz do Armazém Paraíba na cidade. Ao lado do irmão Valdecy Claudino, ele abriu uma filial no Centro da capital. O crescimento do Armazém Paraíba, em uma região carente de produtos e serviços à época, também gerou oportunidades para outros empreendimentos. Assim, vieram as indústrias, agência de publicidade, construtora, gráfica, frigorífico e shopping centers, entre outros negócios que formam o Grupo Claudino.
O empresário estava há alguns dias em tratamento contra um câncer de próstata. Na sexta-feira, não resistiu e morreu. Devido à pandemia de coronavírus, o velório e sepultamento será restrito à família e acontecerá no cemitério Jardim da Ressurreição, na zona Sudeste da capital piauiense.
Comentário nosso – Fazemos aqui este registro especial por que João Claudino foi durante anos o maior incentivador dos poetas e repentistas do Nordeste. Em Teresina (PI) ele ajudou a implantação e a manutenção da Casa do Cantador, que acolhia os cantadores de todo o Brasil e era o patrocinador do maior festival de cantoria que se realiza no Brasil, com a participação de dezenas de cantadores. Amigo do poeta Lola, vinha há muitos anos colaborando e patrocinando os festivais de cantoria realizados em Patos e região, além de ajudar cantadores na edição de CDs e livros de poesia. Era um verdadeiro mecenas dos cantadores. A cantoria de viola vai se ressentir muito da sua morte. Era cidadão patoense, título atribuído pela Câmara de Vereadores de Patos que foi palco na época de um episódio de memória não muito agradável de nossos parlamentares mirins. (LGLM)
Do amigo Jomaci Dantas ao Amigo, João de Joca
Um dos mais honestos nomes
CORAÇÃO além fronteiras
Veio a terra em Luís Gomes
E viu o mundo em Cajazeiras
Milionário em nobreza
Digno de toda riqueza
Como ele Eu nunca vi
Tão humilde e tão humano
Potiguar, Paraibano
Relíquia do Piauí
Nos atos de João Claudino
Brilhava o sol da bondade
Um coração de menino
Despido de vaidade
Humilde na sapiência
Gigante na assistência
Irmão na hora da dor
Bússola nos rumos do Norte
Vida que venceu a morte
Verbo da palavra AMOR
Hei de guardar na lembrança
Sua mão sempre estendida
Alma leve de criança
Brincando de AMAR a vida
Os lábios fartos de histórias
Nos dias o troféu das glórias
No palco dos sonhos seus
Como dói essa verdade
Pondo gotas de saudade
Nos versos de um triste ADEUS.