MPF denuncia e pede prisão da ex-prefeita Francisca Motta por sonegação de tributos (veja comentário)

By | 12/07/2020 8:27 am

(Parlamentopb, reproduzido pelo Blog do Jordan Bezerra)

 

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a condenação da ex-prefeita de Patos (PB), Francisca Gomes de Araújo Motta, por ter deixado de repassar à Receita Federal R$ 2.411.904,53 relativos às contribuições previdenciárias descontadas das remunerações pagas a segurados empregados e contribuintes individuais do município, entre os meses de janeiro e dezembro de 2014. Além da sonegação dos tributos, a ex-gestora denunciada pelo MPF também sonegou informações sobre remunerações pagas a empregados públicos nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIPs).

 

Agindo assim, Francisca Motta praticou os crimes previstos no artigo 168-A, § 1º, inciso I, e no artigo 337-A, inciso I, do Código Penal, em continuidade delitiva (artigo 71, também do Código Penal), razões pelas quais, o Ministério Público Federal também pediu a aplicação da pena privativa de liberdade à ex-prefeita, bem como pagamento de reparação dos danos, no valor mínimo das contribuições sonegadas atualizado monetariamente. Como dirigente máxima da prefeitura, Francisca Mota tinha poderes para determinar a correta confecção das Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social e o recolhimento dos tributos sonegados, entende o MPF.

 

Conforme a denúncia, no caso dos segurados empregados, as sonegações foram verificadas através da análise de dados coletados nas GFIPs e do batimento com as informações constantes das folhas de pagamento, por competência e servidor vinculado ao Regime Geral de Previdência Social. A verificação constatou diferenças consideráveis entre a base de cálculos previdenciários definidas pelo critério de tributação da própria prefeitura e as declaradas, bem como divergências entre as contribuições descontadas dos segurados e as efetivamente declaradas.

 

No caso dos contribuintes individuais, descritos como “Autônomos não Transportadores” na representação feita pela Receita Federal, houve contratações habituais de contribuintes individuais pelo município de Patos, no ano de 2014, com o valor total das remunerações de R$ 590.145,20, informa a denúncia. Desse total, apenas R$ 12.500,00 foram declarados nas GFIPs “demonstrando a contumácia na omissão das remunerações dos contribuintes individuais nas GFIPs. Tais omissões ficam ainda menos justificáveis ante o fato de haver vários descontos de contribuição previdenciária dos pagamentos desses segurados”, aponta o MPF.

 

Ao ser notificada pelo MPF para se manifestar sobre a representação da Receita Federal, Francisca Motta alegou que os fatos relatados pela Receita não tinham sido identificados pelo Tribunal de Contas e que, sobre os valores contabilizados pela Receita Federal, não incidiria contribuição patronal. Também alegou que os R$ 2.411.904,53 já estariam sendo discutidos em outros dois processos e contestou a coerência dos dados usados pela Receita. No entanto, a Receita Federal encaminhou informação fiscal ao MPF, esclarecendo que os referidos tributos sonegados não se tratavam das mesmas verbas dos processos apontados pela ex-prefeita, ressaltando que a Receita já tinha conhecimento daqueles processos quando elaborou a representação referente aos mais de dois milhões sonegados.

 

Sem acordo de não persecução – Na denúncia, o Ministério Público Federal informa que deixou de apresentar acordo de não persecução penal à ex-prefeita em decorrência da vedação do artigo 28-A, § 2º, do Código de Processo Penal, uma vez que “há elementos probatórios que indicam a conduta criminal habitual, reiterada e profissional, como apurado no âmbito das chamadas Operação Desumanidade (2015) e Operação Veiculação (2016), consubstanciados em vários processos sobre desvio de recursos públicos durante seu mandato único à frente da Prefeitura Municipal da Patos”, menciona o documento.

 

Comentário nosso – A defesa da ex-prefeita Francisca Motta diz que as acusações não procedem. Como, ao que saibamos não houve nenhum pronunciamento da Justiça, vamos aguardar que esta se pronuncie. Mas, de qualquer maneira, é uma pena que isto esteja acontecendo com uma mulher de vida pública ilibada, como Francisca Motta, que vê sua integridade pessoal enodoada por conta de parte da equipe que lhe impuseram quando assumiu a prefeitura de Patos. Assessores que, por incompetência ou por má fé, fizeram com que sua administração fosse acusada de uma série de irregularidades que vêm lhe trazendo problemas desde um afastamento definitivo da prefeitura de Patos até os problemas que a estão afetando atualmente. Há, inclusive, relatos de que, logo após o seu afastamento da prefeitura, numa reunião do seu grupo ele teria atribuído as suas tribulações, a alguns componentes da equipe que herdou do seu antecessor, o ex-prefeito Nabor Wanderley, apesar da tentativa dela de não aceitar alguns deles na sua equipe. Francisca Motta não merecia o que fizeram com ela, a mais consistente liderança política do então PMDB patoense. Foi sustentáculo eleitoral de Edivaldo Motta e seu patrimônio político não decaiu com a morte daquele. Os fatos atuais são um alerta para o eleitorado patoense. Muitos dos assessores que prestaram serviço durante a administração dela, e que criaram estes problemas para Chica Motta poderão retornar à administração municipal se por acaso Nabor se eleger prefeito de Patos novamente. (LGLM)

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About Luiz Gonzaga Lima de Morais

Formado em Jornalismo pelo Universidade Católica de Pernambuco, em 1978, e em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989. Faz radiojornalismo desde março de 1980, com um programa semanal na Rádio Espinharas FM 97.9 MHz (antiga AM 1400 KHz), na cidade de Patos (PB), a REVISTA DA SEMANA. Manteve, de 2015 a 2017, na TV Sol, canal fechado de televisão na cidade de Patos, que faz parte do conteúdo da televisão por assinatura da Sol TV, o SALA DE CONVERSA, um programa de entrevistas e debates. As entrevistas podem ser vistas no site www.revistadasemana.com, menu SALA DE CONVERSA. Bancário aposentado do Banco do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho aposentado.

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