Vice-presidente defendeu que qualquer governo que assuma o país terá que dialogar com partidos de centro, devido à fragmentação do Congresso
Victor Farias, em o Globo
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira que o governo atual começou com uma “visão idílica” que o deixou “aprisionado” durante o primeiro ano de gestão, ao tentar negociar a aprovação de projetos com bancadas temáticas no Congresso. Segundo Mourão, Bolsonaro “mudou a sua rota” em 2020. Ele defendeu ainda que, “se não houver coalizão, o presidente não governa”.
— O governo começou com uma visão idílica, estou sendo bem sincero, de que por meio das bancadas temáticas nós teríamos um relacionamento eficiente com o Congresso — afirmou em conversa promovida pelo Credit Suisse, acrescentando:
— Quando viramos esse ano, o presidente, que obviamente passou 28 anos dentro da casa, sabe como a coisa funciona, entendeu que tinha que ter uma base mais consistente — disse.
Mourão citou as criticas feitas ao governo de que a prática do “toma lá da cá”, condenada pelo presidente Jair Bolsonaro, teriam voltado a Brasília, mas disse que isso faz parte do presidencialismo. Ele também afirmou que, em um Congresso fragmentado como o brasileiro, qualquer presidente que assuma precisará dialogar com os partidos de centro.
— E ai, óbvio, a crítica, “não, voltou o toma lá da cá, vai dar cargo, vai dar ministério”… É, o partido que quer estar junto do governo ele quer participar, e a participação se faz dessa forma. Muito se fala da questão presidencialismo de coalizão, o presidencialismo ele só pode ser de coalizão. Pra mim presidencialismo de coalizão é pleonasmo. Se não houver coalizão o presidente não governa — comentou.
Comentário nosso – As escolhas dos indicados não são republicanas e são como que uma imposição, ao invés de indicarem nomes para o governante escolher o melhor currículo. (LGLM)