(Luiz Gonzaga Lima de Morais)
Estamos preocupados com algumas manifestações de desinteresse dos idosos pela política. Nesta terça-feira, 18/08, vimos uma idosa se manifestando no Facebook que nos alertou para isso. Ela pedia na sua postagem que não fosse procurada pelos pré-candidatos neste período pré-eleitoral. Enquanto ela alegava estar em isolamento social por conta da pandemia era absolutamente justo o seu pedido.
Seu apelo, entretanto, me alarmou quando ela disse que não ia comparecer à sua sessão eleitoral para votar em 15 de novembro. Dizia-se decepcionada com os políticos da cidade, que não correspondem à expectativa da população.
É certo que o idoso acima de setenta anos é dispensado da obrigação de votar. Mas esta concessão é feita pela dificuldade de deslocamento, pelo fato de ser uma idade de muita incidência de doenças que limita a locomoção. A dispensa do seu voto, não significa que o país não precisa de sua manifestação. Afinal, a participação do idoso é muito importante.
O idoso é mais experiente, o idoso é mais independente, o idoso é muito bem informado. E ele sabe escolher os seus candidatos. Por isso sua participação política é importante. Tanto como eleitor quanto como candidato aos mais diversos cargos.
Meu saudoso pai era muito cioso do seu direito de cidadania. E dizia sempre, “eu sou idoso, mas continuo a ser cidadão”. E fazia questão de votar em todas as eleições. Em 1994, última eleição presidencial de que participou, aos 80 anos, com a mobilidade reduzida por conta de dois acidentes, tivemos que levá-lo nos braços para votar no antigo prédio da Câmara de Vereadores que ficava num primeiro andar. Dois anos depois, em 1996, ano em que veio a falecer aos 82 anos, ao chegarmos ao local, um dos fiscais alertou os mesários para a sua situação e o presidente, mesários e fiscais desceram as escadas e vieram colher seu voto na porta do prédio, onde estávamos.
Em Patos conhecemos muitos idosos que fazem questão de votar a cada eleição. Alguns com mais de noventa anos de idade. Não “abrem mão” do seu direito de cidadão e fazem questão de participar da escolha dos seus governantes e dos seus representantes.
Com relação à participação como políticos, aqui mesmo em Patos tivemos muitos idosos que foram candidatos a vereador e, eleitos, desempenharam a sua função com toda seriedade e competência. Como fizeram Chico Bocão, Abdias Guedes, Severino Maxixe e outros idosos que serviram a Patos com dignidade, na condição de vereador. E, alguns, nem eram patoenses por nascimento. Mas amavam Patos e se dedicaram a Patos.
A nível estadual temos o caso do ex-governador José Maranhão, hoje senador com 85 anos. A nível nacional temos o caso da paraibana Luíza Erundina que já foi prefeita de São Paulo, é deputada federal há seis mandatos e, agora, é pré-candidata a vice-prefeita de São Paulo, aos 85 anos de idade.
O idoso não deixa de procurar um médico pelo motivo de estarmos em plena pandemia. Mas vai ao médico, tomando todas as precauções de praxe. Porque não comparecer à sua sessão eleitoral, onde será atendido com toda prioridade e cumpre assim seu direito e dever de cidadão? Basta tomar todas as precauções que toma quando vai ao médico.
Amigo idoso, Patos precisa muito da sua participação política. Compareça à sua sessão eleitoral para votar. Seu voto qualificado é muito importante para a nossa cidade. Precisamos melhorar a administração de nossa cidade e seu voto é importante para isso. Principalmente pela sua experiência e pela sua independência. Temos vários bons candidatos, tanto a prefeito como a vereador, e você, certamente, saberá escolher os melhores.