Misael Nóbrega de Sousa (05/04/2020)
Essa história de apenas aos partidos ser permitida a atuação política está muito fora de moda. A ideologia, como corrente de pensamento e bandeira de luta, estimulando a expressão de relações entre classes sociais, foi para o espaço faz tempo. Prova disso, são os conchavos feitos às vésperas das eleições para ampliar as chances das coligações em favor de um projeto eleitoral. E que se danem os processos articulados e a fidelidade partidária. Essas “alianças estratégicas” acabam gerando uma confusão na cabeça do eleitor que, desorganizado socialmente, passa a não acreditar na política, justamente, pela falta de preceitos éticos, culturais, moralistas e de respeito. E essa diluição das diferenças ideológicas, que abriu espaço para as conveniências políticas, acabaram criando as famigeradas legendas de aluguel. “Todos os homens se julgam capacitados para a política (…) somente os mais capacitados intelectualmente estão preparados para exercer a administração da cidade em benefício de todos”. Não é preciso ir lá em Platão para entender que a arte da política é mesmo para poucos. Destaco a resistência dos coletivos que, por conta de suas atuações dialógicas, buscam modificar o cotidiano das cidades a partir do chamamento à responsabilidade das pessoas. O fato é que a política precisa se reconectar com a sociedade para não afugentar os homens de bem. Temos que fazer surgir novos líderes quebrando essas estruturas rígidas de poder pelo bem da democracia… – Que aos poucos vem sendo asfixiada por ela mesma.