Misael Nóbrega de Sousa (17/09/2020)
A cidade de Coremas, aqui na Paraíba, viveu ontem (17), um dia histórico, com a visita simbólica do presidente da república Jair Messias Bolsonaro. O “capitão”, como chama os seus correligionários mais entusiasmados, pousou, por volta das 10h da manhã, de helicóptero, vindo da cidade de Juazeiro do Norte (CE), onde deixou o avião presidencial.
As ruas da cidade sertaneja estavam cheias de admiradores que esperavam desde as primeiras horas da manhã para ver o presidente. Ignorando o protocolo sanitário, um Bolsonaro sem máscara, apertou a mão, abraçou e tirou fotos, como um astro de rock. O grito de “mito”, “mito”, “mito”, misturou-se aos de protesto, quando manifestantes indagavam sobre os R$ 89 mil na conta da primeira dama, creditado por Queiroz.
Acompanhado de ministros, senadores, deputados federais e estaduais, além de prefeitos e vereadores da região, o presidente, após acarinhar o povo, foi até o local do motivo de sua vinda à Paraíba: A inauguração do Complexo de Energia Solar e sua Usina Fotovoltaica, onde um cerimonial estava lhe esperando, há 7 quilômetros dali.
Lá, houve a apresentação artística dos filhos de Pinto do Acordeon, devolvendo a homenagem póstuma, ao pai, feita recentemente, em Brasília, pelo presidente que, após o discurso de alguns presentes, usou da palavra para, de forma ligeira, citar a importância da segurança energética para o país e, ironicamente, dizer que diferente de alguns que queriam “taxar o sol” ele sempre foi contra. E de sol, nós entendemos como ninguém. Em Coremas, parecia que o astro-rei estava “se amostrando”, como dizemos por aqui. Havia um sol para cada um e o mais quente ardia na moleira do presidente, que se demorou pouco.
Bolsonaro ignorou a imprensa, sequer água ofereceu… Não anunciou nenhum beneficio para a Paraíba, em sua passagem simbólica… Não respondeu aos protestos… – E foi embora, tão rápido como chegou.
E, por ter agido assim, não se banhou no belo açude Coremas–Mãe d’Água, oficialmente, denominado Estevam Marinho, onde poderia ter feito uma sessão de descarrego; além de ter perdido também a oportunidade de provar de um peixe Tilápia, assado na brasa e sem espinhas, como prato principal de um almoço servido à moda da casa, típico da culinária de quem sabe como ninguém receber reis e vassalos: o povo nordestino.