Dos 5 candidatos a prefeito apoiados publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro no 2º turno das eleições municipais, 3 foram eleitos no pleito deste domingo (29.nov.2020).
Somados aos apoiados que venceram no 1º turno, só 15 de 61 conseguiram se eleger.
Com uma atitude mais discreta que no 1º turno, quando 12 dos 59 nomes apoiados foram vitoriosos, o chefe do Executivo evitou endossar mais postulantes na 2ª rodada de votação.
No 1º turno, 45 candidatos a vereador ou prefeito apoiados publicamente pelo presidente não receberam votos suficientes para se eleger. E apenas 2 conseguiram chegar ao 2º turno. Foram eles: Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio de Janeiro, e Capitão Wagner (Pros), em Fortaleza.
Tanto Crivella quanto Wagner não conseguiram vencer neste domingo. Com esses resultados, chega a 46 o número de candidatos apoiados pelo presidente que saíram do pleito derrotados.
No total, foram 61 candidatos apoiados pelo presidente Bolsonaro. O mandatário acolheu outros 3 nomes no intervalo do 1º para o 2º turno. A pedido do deputado Vitor Hugo (PSL-GO), pediu votos para Roberto Naves (PP), candidato em Anápolis (GO). Naves disputou a prefeitura com Antônio Gomide (PT).
“Eu quero neste momento pedir seu voto para prefeito para o Naves. Nós sabemos quem está do outro lado, o partido que está do outro lado”, disse em vídeo publicado na página oficial de Vitor Hugo. Naves foi eleito neste domingo.
Outro postulante apoiado por Bolsonaro que disputou com o PT a vaga de prefeito foi Capitão Nelson (Avante), em São Gonçalo. “O outro lado, vocês sabem, é o PT. Dispensa comentários”, disse o presidente em vídeo gravado em apoio a Nelson e divulgado na página do deputado Carlos Jordy (PSL-RJ). O candidato do Avante ganhou a disputa com 50,79% dos votos.
Em Rio Branco (AC), Bolsonaro também tomou partido. Ao lado do senador Márcio Bittar (MDB-AC), pediu votos para Tião Bocalom (PP). “Nesse 2º turnos estamos juntos. Boa sorte!”, disse o presidente em vídeo publicado na conta de Bittar no Twitter.
Eis a lista do desempenho dos candidatos apoiados pelo presidente no 2º turno:
- Capitão Wagner (Pros) – Fortaleza (CE): não eleito
- Marcelo Crivella (Republicanos) – Rio de Janeiro (RJ): não eleito
- Roberto Naves (PP) – Anápolis (GO): eleito
- Tião Bocalom (PP) – Rio Branco (AC): eleito
- Capitão Nelson (Avante) – São Gonçalo (RJ): eleito
CANDIDATOS NAUFRAGARAM NO 1º TURNO
Na última semana da 1ª etapa da campanha, o presidente fez lives diariamente para divulgar os candidatos que apoiava. Do Palácio da Alvorada, sua residência oficial, pediu votos para dezenas de concorrentes, de 16 Estados.
As ministras Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) Tereza Cristina (Agricultura), os deputados Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Vitor Hugo (PSL-GO) e Hélio Lopes (PSL-RJ) participaram das transmissões. Todos tentaram angariar votos para os favoritos do presidente. Mas a tentativa não foi bem-sucedida. De 45 candidatos apoiados por Bolsonaro, apenas 10 conseguiram uma cadeira nas casas legislativas ou prefeituras dos municípios.
Ao comentar os resultados de seus aliados nas eleições municipais no 1º turno, o presidente Jair Bolsonaro minimizou a influência de seu apoio. Disse que sua ajuda “resumiu-se a 4 lives num total de 3 horas” e fez uma comparação com as eleições de 2016.
Bolsonaro destacou que, em 2016, o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), conseguiu eleger o candidato a prefeito, João Doria, do mesmo partido. E complementou, fazendo 1 paralelo com as eleições de 2022. dizendo que, em 2018, Alckmin conseguiu “apenas 4,7% dos votos na disputa presidencial”.