(Jota Info)
Os jornais desta terça-feira dão bastante repercussão à decisão do STF que barrou a reeleição para as presidências da Câmara e do Senado. As reportagens ressaltam, em especial, o aprofundamento das divisões internas no STF e um comprometimento da presidência do ministro Luiz Fux perante seus pares na corte. O cerne da questão está no que ministros relatam, reservadamente, ter sido uma traição de Fux e também do ministro Luís Roberto Barroso – ambos teriam se comprometido a apoiar a leitura da Constituição que permitiria a possibilidade de reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. A pressão da opinião pública, no entanto, teria alterado o posicionamento dos ministros, num movimento que decidiu a questão contra a possibilidade de reeleição.
Em O GLOBO, reportagem aponta que, “até sexta-feira, quando começou o julgamento sobre o tema no plenário virtual, alguns ministros da corte garantiram a colegas e também a Maia e Alcolumbre que se manifestariam na linha de que essa é uma questão interna corporis, ou seja, que deveria ser decidida no Congresso Nacional, abrindo caminho para a reeleição”. No VALOR ECONÔMICO, um dos ministros da corrente derrotada afirmou que Fux tem “consistência de uma nota de três reais”.
O VALOR também aponta que uma das consequências dessa votação é que Fux “pode ter dificuldades para aprovar emendas regimentais que lhe são caras, como a que cria a competência do plenário para julgar qualquer processo conexo às ações penais da Operação Lava-Jato – o que concentraria o poder em sua figura, consequentemente esvaziando o de Gilmar Mendes, presidente da Segunda Turma”. Na FOLHA DE S.PAULO, texto relata que, “em conversas reservadas, ministros falam em ‘inviabilizar o plenário’ caso discordem da pauta encampada por Fux e ameaçam se opor a medidas administrativas defendidas pelo presidente do Supremo.”
Na FOLHA, uma outra reportagem aborda a posição adotada pelo ministro Nunes Marques, recém chegado ao STF após indicação do presidente Jair Bolsonaro. Em seu voto, o ministro “agradou o Palácio do Planalto, mas o deixou isolado dentro do STF”, aponta o jornal. Isso porque, ao defender a reeleição de Davi Alcolumbre, mas vedar a de Rodrigo Maia, ele atendeu exatamente o que queria o governo. Mas, conforme a reportagem, “integrantes do Supremo avaliam que o ministro mais perdeu do que ganhou ao não se alinhar a nenhuma das duas correntes”.
No VALOR, reportagem trata do primeiro mês de Nunes Marques no STF e lembra que ele, “até agora, chamou mais atenção pelos julgamentos que interrompeu do que pelas decisões que tomou”. O jornal cita como exemplo de pedidos de vista a ação penal que discutiria, no plenário virtual, a gravidade do crime da “rachadinha”, pelo qual o senador Flávio Bolsonaro é investigado.