República Checa também decreta lockdown, seguindo exemplo da Alemanha, que no fim de semana impôs medidas de isolamento
(Redação do Estado de S.Paulo, com REUTERS e AFP)
AMSTERDÃ – Depois da Alemanha, Holanda e República Checa também decidiram nesta segunda-feira, 14, adotar um lockdown de cinco semanas para conter a expansão da covid-19. No Reino Unido, que anunciou ter descoberto uma nova cepa do vírus, o governo afirmou que Londres entrou na faixa vermelha, a mais grave, e adotará restrições mais rígidas.
Holandeses e checos seguem o exemplo dos alemães, que anunciaram o endurecimento das regras no fim de semana. De acordo com o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, o fechamento total é necessário. “Não estamos enfrentando uma simples gripe, como muita gente pensa”, disse Rutte, em raro discurso na TV, enquanto manifestantes contrários às medidas protestavam em frente à sede do governo.
Pelas regras anunciadas por Rutte, os estabelecimentos comerciais, exceto os essenciais, como supermercados, lojas de alimentos e farmácias, devem fechar a partir de terça-feira, 15, e as escolas, a partir de quarta-feira, 16. O mesmo ocorrerá com museus, zoológicos, cinemas e academias de ginástica. As medidas valerão até 19 de janeiro.
Para as confraternizações de fim de ano, o governo determinou que as pessoas fiquem em casa e recebam no máximo dois convidados. A média móvel de casos no país aumentou nas últimas duas semanas, de 29,22 novas infecções por 100 mil habitantes para 47,47. Pelo menos 10 mil pessoas morreram pela doença no país desde o começo da pandemia.
“O número de infecções aumentou drasticamente nos últimos dias e as internações estão aumentando novamente. A pressão sobre o setor de saúde continua alta”, disse o ministro da Saúde, Hugo de Jonge.
Na República Checa, que havia relaxado as medidas havia duas semanas, voltou a decretar um lockdown. Restaurantes, hotéis e instalações esportivas fecharão novamente a partir de sexta-feira, segundo o primeiro-ministro, Andrej Babis.
As reuniões públicas serão limitadas a seis pessoas dentro e fora de casa, em vez das atuais 10 e 50, com toque de recolher em todo o país das 23 horas às 5 horas e início antecipado das férias escolares de Natal, embora as lojas continuem abertas. “O Natal deste ano será totalmente diferente, mas isso é resultado da situação em que nos encontramos”, disse o ministro da Saúde, Jan Blatny.
Também temendo o agravamento da situação, o governo do Reino Unido determinou que Londres passe para a fase 3 das restrições a partir de quarta-feira, 16. No começo deste mês, o premiê, Boris Johnson, implantou um sistema de três escalas de bloqueio como forma de conter uma segunda onda do vírus.
Pelo menos 40% dos cidadãos foram colocados na categoria de risco maior. Londres, porém, ficou na fase 2. Agora, hotéis, cinemas, teatros e museus terão de fechar as portas e bares e restaurantes só poderão trabalhar com entregas.
Escritórios e escolas, no entanto, devem ficar abertos – no primeiro caso, o governo diz que, quando possível, o funcionário deve trabalhar de casa. Com a mudança, 60% da população de 66,6 milhões do Reino Unido ficará submetida a regras mais rígidas de bloqueio.
Nesta segunda-feira, em um comunicado ao Parlamento o secretário britânico de Saúde, Matt Hancock, disse que mais de mil casos de uma nova variante do coronavírus foram identificados, a maioria no sul do país, onde a cepa pode estar associada a um aumento rápido nos níveis de infecção. “Ao longo da última semana, vimos aumentos muito acentuados. Não sabemos até que ponto isto se deve à nova variante, mas seja qual for a causa, temos de adotar uma ação rápida e decisiva.”
O Reino Unido relatou nesta segunda-feira 20 mil novos casos, elevando o número total dos últimos sete dias para 131 mil, um aumento de 21,6% em comparação com a semana passada.
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