Dr. Ivanes morreu de Covid ou morreu de desgosto? As últimas vezes que o encontrei foi solitário, calado, sorumbático. O plano da reeleição ficou pelo caminho. Não digo que foi usado, mas atropelado pelo sistema. E o sistema é bruto. Sequer veio passar a faixa para o seu sucessor. Já estava enfermo. Debilitado. Cansado… – Mas, foi correto. Vestiu-se do personagem, arregaçou as mangas… – Foi antipático, impopular, austero, controlador, disse mais não do que sim… – Porém, cumpriu o acordo.
Não se deu ao direito de desistir. Não falo em arrependimento, antes em compromisso. E expôs-se à derrota pessoal por um projeto político. O que ninguém imaginava era esse trágico e infeliz desfecho. Se é verdade que a politica é um jogo de cartas marcadas, qual seria o trunfo de Ivanes? O que lhes fora prometido? Estancar a sangria de uma prefeitura que agonizava foi sua grande virtude. Conseguiu. E conseguiu adoecer. Mas, “a queda não cancela a glória de ter subido”. Só que a ambição de Ivanes parecia ser a ambição de terminar. E o que o fez dedicar-se tanto a interinidade? Foi justamente isso… Descansar.
Ivanes é a “Biografia” que Mario Quintana descreve assim: “Era um grande nome – ora que dúvida! Uma verdadeira glória. Um dia adoeceu, morreu, virou rua… E continuaram a pisar em cima dele”.
E essa é também a sina de todos nós: homens e meninos. – Que a sua consciência seja sua principal testemunha. (Misael Nóbrega de Sousa)