Para Roberto Freire, eleição na Câmara ‘desarranjou’ articulações para candidatura única de centro, gerando problemas para PSDB, DEM e Huck, mas deputado reitera hipótese de apresentador disputar eleição
(Paula Reverbel, O Estado de S.Paulo)
O ex-deputado Roberto Freire, presidente nacional do Cidadania, admitiu ao Estadão que a eleição de Arthur Lira (PP-AL) para a presidência da Câmara – em uma derrota de Baleia Rossi (MDB-SP) e do ex-presidente da casa Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não conseguiu eleger o emedebista como seu sucessor – causou um desarranjo na articulação de centro que vem sendo formada tendo em vista a disputa presidencial de 2022. O bloco conta com a hipótese da candidatura do apresentador Luciano Huck, possivelmente pelo Cidadania.
“Esse processo que estava existindo do ponto de vista de 2022 – discussões sobre alternativas, que tipo de articulação e de aliança que estava surgindo – isso mudou, sofreu um retrocesso, claro. O que ocorreu com o DEM e com o PSDB gerou problemas para o PSDB, para o DEM, para a articulação do Huck, para setores da esquerda que também tiveram problema”, afirmou. “Foi desconstruído um pouco do que você já tinha acumulado, vai ter que ser retomado.”
“O episódio dessa eleição (para as presidências da Câmara e do Senado) foi superdimensionado, com uma certa razão porque se assumiu uma disputa da oposição com o Bolsonaro. Muda uma correlação de forças do Congresso – é verdade. Da uma sinalização de que o Executivo e o presidente Bolsonaro rearticularam forças políticas. Mas não tem o dom de mudar a realidade e o processo que estamos vivenciando. Continuamos tendo um presidente negacionista no combate à pandemia. Temos um presidente e um ministro da Fazenda ineptos e incompetentes no enfrentamento da crise econômica produzida pela pandemia. E não muda toda a expectativa que começa a surgir na sociedade de que talvez seja melhor um impeachment encurtando o mandato de Bolsonaro”. Assim Roberto Freire analisou o episódio.